A lógica

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Para pensar:

“Ou você morre como um herói, ou vive o bastante para se tornar um vilão.”
Harvey Dent (Duas Caras)

Para refletir:

“O bem que se faz num dia, é semente de felicidade para o dia seguinte.”
Provérbio indiano

A lógica

Algo geralmente pouco valorizado na formação jornalística diz respeito a se cultuar o hábito de ouvir a lógica.
Tal prática será útil em todos os momentos da atuação profissional, e mais ainda naqueles em que o silêncio sabidamente esconde ações de bastidores.
Ao longo de todos os anos que acumulou de experiência, a voz da lógica jamais decepcionou este colunista.
E se não dá para dizer que será sempre assim, ao menos vale dar atenção a ela.

Objetivo comum

O que diz a lógica a respeito do imbróglio envolvendo o subsídio à tarifa de transporte coletivo em nossa cidade?
Bom, ela nos diz que o governo municipal está mais do que disposto a repassar recursos, e a empresa Faol também vem fazendo a sua parte - em cobranças, investimentos e esforços por apresentar justificativas - para os receber.
E se as duas partes estão em sintonia nesse sentido específico, não fica difícil intuir quais seriam as principais linhas de atuação diante do cenário que se estabeleceu.

A proposta

Parece muito provável, por exemplo, que alguma proposta venha a ser feita ao MPRJ, envolvendo necessariamente o fim dos depósitos como vinham ocorrendo, possivelmente em troca de algo que reduza custos operacionais ou aumente a proporção de viagens pagas, de modo a esvaziar o risco de uma ação de improbidade que poderia gerar até mesmo o afastamento do prefeito e outros sete nomes no primeiro escalão.
Dificilmente deixaremos de ver algo nessa linha, diante do esforço que vem sendo discretamente mobilizado pelo Palácio Barão de Nova Friburgo.

Desequilíbrio

Tal caminho aliviaria a ameaça direta ao governo municipal (a depender, também, do que o MP aponte a respeito dos R$ 600 mil já transferidos), mas reduziria apenas um pouco os efeitos do corte do custeio entre as finanças da empresa.
A menos que tenhamos algo tão radical quanto o corte completo das gratuidades a passageiros na faixa dos 60 a 64 anos - um cenário quase impensável -, o novo equilíbrio econômico ainda ficaria distante daquele previamente acordado entre as partes, com a balança pendendo contra a empresa.
E é aí que a lógica fala conosco de forma mais interessante.

X da questão

Porque a forma como vêm sendo tratadas questões como plano de mobilidade, estacionamento rotativo, e a possível taxa de mobilidade sugere haver muitos elos dentro de uma mesma corrente.
Em outro contexto, talvez fosse possível aplicar o termo “venda casada”, embora aqui ele possa trazer implicações que não seriam justas.
Afinal, a priori nenhum destes aspectos é nocivo, desde que tomados isoladamente e respeitando suas especificidades.

Atenção e mobilização

A lógica nos diz, portanto, que o momento demanda atenção e mobilização social.
Não para que se lute de antemão contra qualquer medida que venha a ser proposta ou apresentada, mas para que o cenário seja analisado de forma integral por todas as forças de fiscalização, para que os debates não sejam atropelados, ou para que detalhes ou conexões insuspeitas não passem despercebidos.

Do jeito certo

Não há nada de mal em se discutir todos estes temas, muito ao contrário.
Mas sem pressa, sem pressão, sem rolo compressor, sem desperdiçar a oportunidade de fazer algo bem feito, de melhorar a cidade como um todo, ou mesmo de não acatar qualquer uma dessas propostas, se for o caso.
Os interesses envolvidos são muito maiores, e afetam a todos nós.
É hora de conversarmos abertamente, com franqueza, e pelos motivos certos.

Cumprindo o papel

Em meio a tudo isso, algumas vozes já esbravejam contra a nova Lei Orgânica Municipal, dizendo que ela está dificultando a implementação de algumas medidas.
A esse respeito a coluna só pode dizer que, vindo de onde vem, e no contexto em que se insere, esse tipo de comentário só pode ser interpretado como sinal inequívoco de que a nova LOM já está cumprindo seu papel, e muito bem.
Servir ao interesse público é causa nobre, elevada, que demanda empenho e comprometimento.
Quem quiser fazer diferente, sempre pode buscar outras ocupações.

Água no HMRS

O recente volume de chuvas expôs falhas de escoamento de água bem em frente à recepção do Hospital Raul Sertã, reformada há pouco tempo.
Vídeos circulando em redes sociais mostram pacientes aguardando atendimento em meio a uma poça profunda o bastante para molhar os pés de alguém que estivesse usando qualquer calçado rasteiro e aberto.
Diante da situação a coluna entrou em contato com a Secretaria de Saúde, em busca de informações a respeito do que se pretende fazer a respeito.

Promessa

A apuração da coluna indica que a Secretaria de Saúde foi informada pela Secretaria de Obras de que a parte externa não estaria do escopo do projeto da recente obra da recepção.
Ainda assim, a Secretaria de Obras se comprometeu a resolver a situação até a próxima semana.
A coluna naturalmente abre espaço para dar o mesmo destaque quando a obra tiver sido concluída, e novamente testada por São Pedro.

 

 

Foto da galeria
(Foto Henrique Pinheiro)
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Massimo

Massimo

Coluna diária sobre os bastidores da política e acontecimentos diversos na cidade.

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