Após a publicação da reportagem anunciando a instalação de um novo posto de Gás Natural Veicular (GNV) no centro de Nova Friburgo, na edição de quinta-feira, 24, de A VOZ DA SERRA, vizinhos do empreendimento e entidades municipais manifestaram sua preocupação quanto à segurança e os possíveis impactos no trânsito que poderão ser causados pelo novo posto de GNV, que irá funcionar onde já existe um posto de combustíveis, na Avenida Comte Bittencourt, esquina com a Rua Fernando Bizzotto.
A VOZ DA SERRA ouviu com exclusividade o presidente da Associação Comercial Industrial e Agrícola de Nova Friburgo (Acianf), Julio Cordeiro, que, apesar de considerar pequenos os riscos oferecidos por um posto de GNV, ainda assim há riscos, como explosões, por exemplo.
“Sabemos que não é comum, mas de vez em quando vemos algo nesse sentido no noticiário. E uma explosão dessas poderia acarretar uma grande tragédia. Se eu fosse morador da redondeza, não me sentiria nada confortável com um vizinho meu colocando um equipamento que possa trazer algum tipo de risco”, declarou.
O presidente da Acianf também acredita que o empreendimento irá causar impactos no trânsito da Avenida Comte Bittencourt, uma das principais vias do município - trecho da RJ-116 -, e conta com intenso tráfego de carros, motos, ônibus, caminhões e carretas, dia e noite.
“O posto também não tem um recuo suficiente para suportar a quantidade de carros que são esperados. Sem um recuo adequado, a fila de veículos vai acabar entrando pela Avenida Comte Bittencourt, causando um caos no trânsito. Entendo que a Secretaria de Ordem e Mobilidade Urbana tem que fazer um estudo mais apurado sobre isso. Se por um lado a Acianf fica satisfeita por saber que têm empresários querendo investir na cidade, gerando empregos e renda, por outro lado, entendemos que no centro da cidade não deveríamos ter nenhum posto de combustíveis, devido aos riscos e a quantidade de pessoas que circulam durante todo o dia na região. Repito, mesmo que pequeno, há riscos num posto GNV. Sabemos que esses postos são necessários, mas deveriam ficar localizados mais afastados da população, em geral”, concluiu Cordeiro.
Vizinhos também temem os possíveis riscos
A reportagem de A VOZ DA SERRA também foi procurada por Carlos Mesquita, morador do prédio encostado no posto, na Avenida Comte Bittencourt, questionando a instalação do novo posto GNV naquele local. Segundo ele, que mora há mais de 40 anos num imóvel construído em época anterior ao posto de combustíveis, seus vizinhos já acionaram a justiça na tentativa de impedir a concretização do empreendimento.
“Já demos entrada no Ministério Público e no Corpo de Bombeiros. Também demos entrada na Prefeitura solicitando o embargo de obra. E parece que a Câmara de Vereadores também vai agendar uma Audiência Pública sobre o tema”, afirmou Mesquita.
Ele conta que a principal preocupação dele e dos demais moradores é quanto à perturbação do sossego e os possíveis riscos que um empreendimento do tipo podem causar.
“Tememos pela segurança dos moradores e do trânsito, porque as pessoas provavelmente vão deixar de abastecer em Duas Pedras para abastecer aqui no Centro, já que será mais cômodo. E isso certamente vai gerar um engarrafamento muito grande nessa avenida tão importante para o escoamento do trânsito da cidade. Além disso, em volta do posto tem o Senai, o Sebrae, pelo menos dois colégios, cursos, um ponto de ônibus super movimentado, fora a grande circulação de pessoas durante todo o dia nesse trecho”, concluiu Carlos Mesquita.
Empresário garante segurança do novo posto
Conforme noticiamos também na edição do último dia 24, Jerônimo Carestiato, empresário responsável pela instalação do novo empreendimento, garantiu que a segurança será um dos pilares do novo posto GNV.
“O posto vai receber gás encanado, o mesmo gás que vai para as residências, e por esse motivo não existe um estoque de gás no posto, diferentemente do que acontece com os postos que recebem gás em carreta e dos postos que trabalham com combustível líquido. Só para se ter uma ideia, temos 75 mil litros de combustível em tanques subterrâneos. Então, nesse sentido, nunca ouvimos falar de um posto GNV que tenha explodido ou pegado fogo, por exemplo. O que já foi noticiado foram carros com instalações clandestinas ou irregulares de gás que explodiram dentro de postos na hora de abastecer ou até após acidentes de trânsito”, disse Jerônimo.
E completou: “No espaço onde vai ficar o compressor, que é o equipamento que pressuriza o GNV, todas as paredes são feitas com blocos de concreto revestidos de areia, de modo que em caso de qualquer acidente, a estrutura possa conter algum tipo de impacto. E ainda tem a parte acústica, que é outro benefício dessa construção, já que ela vai gerar o mínimo de ruído possível”, explicou o empresário.
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