O banheiro público da Rua Coronel Zamith, no Bairro Ypu, localizado embaixo do viaduto Geremias de Mattos Fontes, foi novamente depredado e vem sendo ocupado por moradores de rua que passam as noites no local em meio à imundície. As paredes foram pichadas, o chão e os dois sanitários estão cobertos de fezes, urina, papelão molhado, madeira, folhas, sacolas, todo tipo de sujeira.
Construído há mais de dez anos para uso dos motoristas do ponto de frete localizado em frente à Paróquia São Bento Abade e também para atender feirantes e clientes da feira livre que funciona na Avenida Campesina, todos os sábado, o imóvel se tornou um transtorno para moradores do bairro que cruzam a passarela sobre o Rio Santo Antônio, que liga as Ruas Mac Niven e Coronel Zamith.
“É um horror ter que passar por aqui e dar de cara com esse banheiro imundo. Veja a água saindo do banheiro. Não sei se isso é urina. Um nojo!”, disse uma moradora que pediu para não ser identificada na matéria. “Eu não passo aqui à noite. Há moradores de rua que dormem neste lugar. Veja o colchão. Uma indignidade! Estamos abandonados à própria sorte”.
O abandono do banheiro é problema antigo. Em 2015, A VOZ DA SERRA mostrou que era impossível entrar no espaço devido ao forte cheiro de urina e fezes. Uma divisória de granito que isolava um dos vasos sanitários estava quebrada. O vaso também. Todas as portas haviam sido arrancadas. Havia lixo espalhado por todo o espaço. Uma mensagem pichada na parede avisava: “Cuidado bosta!”.
Pouco tempo depois, funcionários da Secretaria Municipal de Serviços Públicos estiveram no local e fizeram uma limpeza no banheiro. O imóvel foi pintado, novas portas foram instaladas, o vaso quebrado foi substituído. O espaço permaneceu trancado com cadeado. Mas a reforma durou pouco tempo. As portas foram arrancadas e o espaço ocupado por moradores de rua.
“Se o banheiro está inutilizado, para que a Prefeitura mantém ele aberto? O ideal seria limparem de em vez em quando e deixarem a chave com a gente”, sugere o motorista Ednésio Nogueira. Além de moradores de rua, caminhoneiros contaram que os sanitários eram ocupados também por usuários de drogas e até para prostituição.
Além do banheiro público, reclamam também do lixo acumulado por moradores de rua em uma travessa às margens do Rio Santo Antônio, ao lado da Igreja de São Bento Abade, que liga a Rua Coronel Zamith à Avenida Campesina. “Eles jogam lixo às margens do rio. Até já arrancaram varetas da grade proteção. O abandono deste lugar é lamentável”, disse um morador do bairro sem se identificar.
ONG vai assumir banheiro
Em nota, a Prefeitura de Nova Friburgo informou nesta quinta-feira, 25, que está em fase de tramitação a transferência do banheiro para uma organização não-governamental (ONG), que dará uma nova finalidade ao mesmo. O governo municipal, porém, não detalhou qual ONG utilizará o espaço e qual o projeto será desenvolvido no local pela instituição.
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