A mostra de cinema ambiental Circuito Tela Verde é resultado de um processo de educação ambiental promovida pela Superintendência Regional Rio Dois Rios (Suprid), do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), em parceria com a Superintendência de Educação Ambiental da Secretaria de Estado do Ambiente (Seam/SEA), com apoio da Secretaria Municipal de Cultura e do Cineclube Lumiar. Fruto de uma parceria inédita entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Ministério da Cultura (MinC), cabe à mostra exibir 30 vídeos de curta-metragem produzidos por diferentes comunidades do país, sempre em cinco etapas. As duas primeiras etapas aconteceram nas terças-feiras, 23 e 30 do mês passado, sempre no horário das 15h às 17h.
A ação, que tenciona estimular as comunidades a participarem dos processos de gestão ambiental pública, também está ocorrendo no Cineclube Lumiar, na Euterpe Lumiarense, em Lumiar, às quintas-feiras. No Centro de Arte, ao fim da exibição dos curtas, será realizado um debate com o geógrafo do Inea, Armando Thomaz Morett.
Em cartaz hoje seis produções onde as ações e reações são captadas em níveis humanos. Geribabel, um interessante retrato das modificações provocadas pelas ações humanas, dando origem a opiniões e conflitos cada vez mais complexos, cada vez mais desigual; Havia um tempo, uma produção embalada por antigas cantigas de trabalho das comunidades quilombolas presentes em Búzios, buscando preservar histórias, lendas e dificuldades de uma cidade que se modificou a ponto de não ser mais possível retornar ao estado anterior – tudo isso tomado por imagens e histórias de folia de reis, assombrações, boitatás e lobisomens; Pequenos atos, um documento sobre os excessos e os benefícios expostos à uma cidade que vive em função do turismo; A Ponte, ambientada em Cabo Frio, a poucos quilômetros da paradisíaca Praia do Forte, este filme retrata uma realidade bem diferente daquela conhecida por aqueles que vivem e visitam as belas paisagens da região, onde os royalties de petróleo e infraestrutura, que provocaram tantas mudanças na cidade, ainda não chegaram – é a visão da parte da população deixada de lado durante a modernização; Caminho do mundo, também ambientada em Cabo Frio, este filme mostra a realidade dos catadores de lixo, alguns de outros municípios, todos expostos a condições precárias de trabalho – a produção também busca entender os caminhos do lixo, além de investigar outros meios, como a construção de um aterro sanitário ou de uma usina de reciclagem, a fim de diminuir os problemas, e Insuficiência, filme que retrata a dura vida de pescadores artesanais, engolidos pela competitividade oferecida pelo poderio financeiro das grandes empresas pesqueiras, e que, além disso, têm de conviver com o desenvolvimento da atividade petrolífera na região.
Deixe o seu comentário