Marlon admite erro e promete treinar forte para conseguir o sonhado cinturão

Friburguense mostra garra, mas acaba sendo nocauteado por Cejudo no terceiro assalto
segunda-feira, 10 de junho de 2019
por Vinicius Gastin (esportes@avozdaserra.com.br)
Marlon não resistiu às investidas do adversário e acabou derrotado no terceiro round
Marlon não resistiu às investidas do adversário e acabou derrotado no terceiro round

Não foi dessa vez que Marlon Moraes conseguiu conquistar o cinturão do UFC. Garra, coração, coragem... Nada disso faltou ao lutador de Nova Friburgo na madrugada do último sábado para domingo, diante de Henry Cejudo. Talvez, como ele mesmo disse após o combate, um erro estratégico. Detalhes que adiam o sonho, mas não apagam nem um pouco o brilho de quem, desde muito jovem, aprendeu a nocautear as dificuldades em busca de objetivos grandes na vida profissional. O maior deles, de levar o título dos pesos-galos do Ultimate, está adiado. Mas certamente poderá ser alcançado em breve.

Não há como deixar de dar os méritos também a Henry Cejudo, mais um a se tornar campeão simultâneo de duas categorias. Depois do que fizeram Conor McGregor, Daniel Cormier e Amanda Nunes, o atual campeão peso-mosca (57 kg) conquistou também o título peso-galo (61 kg) no UFC 238, realizado em Chicago (EUA). O americano conseguiu reverter um primeiro round ruim para nocautear Moraes no terceiro assalto. Um verdadeiro duelo de dois gigantes das artes marciais.

“Fiz besteira. Ele cresceu na metade do segundo round. Em vez de eu continuar na estratégia que foi traçada,  que era eu me movimentar e não dar espaço para ele, acabei partindo para a trocação. Troquei muitos golpes na curta distância. Acho que a torcida foi fazendo barulho e acabei embarcando. Foi um erro e paguei por isso. Eu sou novo ainda. Agora, tenho que voltar a treinar. Isso é tudo que eu tenho, se eu não fizer isso, o que vou fazer? Quero voltar a me apresentar bem e retomar o caminho até o topo”, admitiu Marlon.

Esse caminho pode ser longo, mas Marlon não andará sozinho. As centenas de pessoas presentes à Praça Dermeval Barbosa Moreira, os comentários nas redes sociais do lutador, a torcida em cada canto de Nova Friburgo e do Brasil. O reconhecimento de vários nomes consagrados da organização. A esposa, os filhos, a família, amigos e fãs. Magic Marlon terá o apoio necessário para, no futuro próximo, ter novamente o braço erguido ao final de um luta.

A luta

Em grande momento na carreira, Marlon Moraes tomou a iniciativa e deu o tom do confronto com muitos chutes baixos no primeiro round. Cejudo, por sua vez, buscou em alguns momentos implementar o wrestling de campeão olímpico nos Jogos de Pequim, em 2008, mas sem sucesso.

Assim como na luta contra Demetrious Johnson, na qual ele conquistou o cinturão peso-mosca, Cejudo começou atrás, mas encontrou a distância dos golpes do adversário e tomou o controle nos assaltos seguintes. No segundo, Marlon passou a investir ainda mais nos chutes baixos, e acertou muitas caneladas na parte de dentro da perna de Cejudo. Justamente no momento em que Moraes era superior, porém, Henry acertou um direto de direita que virou o round. O americano passou a acertar repetidos socos e, por fim, muitas joelhadas no clinch, empatando o confronto.

O terceiro round teve Cejudo superior novamente, desde o início: ainda aproveitando a vantagem em pé coletada no assalto anterior, o americano levou Marlon para a grade e conseguiu, já no solo, um triângulo de mão. Embora o friburguense tenha suportado a pressão da tentativa de finalização, não foi capaz de aguentar a pressão. Cejudo passou a trabalhar por cima no chão com socos e cotoveladas. Depois de vários golpes sem resposta de Marlon, o árbitro Marc Goddard encerrou o duelo, decretando o nocaute técnico a favor do americano.

 “Eu estava muito bem treinado, mas não era o meu dia. Senti que minha mão não estava tão pesada. Nos dois primeiros rounds eu me senti bem, e no terceiro ele colocou um pouco mais de pressão, e foi ali que me perdi um pouco. Eu poderia ter me movimentado mais. Tenho toda a humildade de aceitar as críticas. Dá para melhorar e voltar mais forte. Vou pra casa, ficar com a minha família e depois ver o que vamos fazer. A vida não acabou, e eu tenho muita vida e lutas pela frente. Fui com o meu coração, e se dependesse de mim, estaria com o cinturão aqui”, encerrou.

UFC 238 - CARD PRINCIPAL

Henry Cejudo venceu Marlon Moraes por nocaute técnico aos 4m58s do R3

Valentina Shevchenko venceu Jessica Eye por nocaute aos 26s do R2

Tony Ferguson venceu Donald Cerrone por nocaute técnico (interrupção médica) aos 5m do R2

Petr Yan venceu Jimmie Rivera por decisão unânime (29-28, 29-28 e 30-27)

Blagoy Ivanov venceu Tai Tuivasa por decisão unânime (29-28, 30-27 e 30-27)

 

CARD PRELIMINAR

Tatiana Suarez venceu Nina Ansaroff por decisão unânime (triplo 29-28)

Aljamain Sterling venceu Pedro Munhoz por decisão unânime (triplo 30-27)

Alexa Grasso venceu Karolina Kowalkiewicz por decisão unânime (triplo 30-27)

Calvin Kattar venceu Ricardo Lamas por nocaute aos 4m06s do R1

Yan Xiaonan venceu Angela Hill por decisão unânime (triplo 29-28)

Darren Stewart venceu Bevon Lewis por decisão unânime (29-28, 29-28 e 30-27)

Eddie Wineland venceu Grigory Popov por nocaute aos 4m47s do R2

Katlyn Chookagian venceu Joanne Calderwood por decisão unânime (30-27, 29-28 e 29-28)

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