O Lar Abrigo Amor a Jesus (Laje) foi fundado em 14 de julho de 1929,com o propósito de amparar moradores de rua. O Laje se mantém até hoje, através de doações, bazares, campanha do quilo quadro de sócios, almoços e eventos. Abriga 80 idosos carentes, tem administração espírita e sua diretoria é voluntária, com a finalidade estabelecida de atender com carinho, dedicação e muito amor aos que ali residem e que o tempo os tornou órfãos. Não haverá comemoração em julho. Os 80 anos do Laje serão comemorados com a tradicional Festa do Quilo, prevista para os dias 22 e 23 de agosto. Porém, uma campanha para a construção da lavanderia já está em andamento.
O Laje mantém três projetos básicos como o bazar permanente, mantido com voluntários; Projeto Fraldão, parceria com algumas empresa e voluntários para a produção permanente de 5.500 fraldas geriátricas, e Amigos do Laje, que colaboram mensal ou eventualmente. É o caso da RCA que cede sinais de TV a cabo por cortesia. Outra cortesia é da Gigalink, que oferece internet para a instituição. As contribuições financeiras podem ser feitas no Banco do Brasil, agência 0335-2, conta-corrente 4501-2; Bradesco, agência 0540-1, conta-corrente 106943-8; e Caixa Econômica Federal, agência 0186, operação 003, conta-corrente 00000071-7. O Laje fica na Rua Souza Cardoso 403, Lagoinha, e os telefones são 2522-5130 e 2522-7102.
Há 80 anos
Na década de 20 do século passado houve um inverno muito rigoroso em Nova Friburgo e numa manhã gelada um mendigo morreu na porta da igreja na então Praça XV de Novembro. O fato motivou seis espíritas a iniciar um movimento para arrecadar fundos para a construção de um abrigo. Os seis amigos conseguiram a cessão do terreno junto ao então prefeito Galdino do Valle e a Câmara Municipal. Com o terreno e a adesão de outras pessoas a obra foi iniciada.
Os fundadores do então Abrigo Amor a Jesus (a denominação Lar Abrigo Amor a Jesus é recente) foram Alfredo, Joanino e Francisco Pinto de Faria, Alfredo dos Santos Spinelli, João Perna, Ricardo Leite, Galianos Ferreira (Zuzu), Aldino João de Mattos, Alcides Teixeira, Pedro Protásio Thurler, Manoel Marques de Oliveira, Olímpio de Carvalho, Elias Monteiro, Manoel Dias, Carlos Gesteira e Enéas Cereja. O termo de contrato foi feito entre a Prefeitura Municipal de Nova Friburgo e o Centro Espírita Friburguense, que atualmente não mais participa da administração da instituição.
Passados 80 anos
O atendimento aos idosos mudou muito. Para melhor, felizmente, seguindo uma série de exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A atual presidente do Laje, Clélia Rangel, diz que os 80 anos do Laje estão sendo comemorados com muita alegria, porém não haverá festa. Pelo menos por enquanto. Segundo a presidente, a preocupação maior é oferecer melhor qualidade de vida às pessoas abrigadas, como sempre, com recursos da comunidade e sem ingerência do poder público.
Clélia cita que o estatuto é obedecido à risca para internações. Determina que somente quem tem mais de 60 anos e ganhe até dois salários mínimos pode ser atendido. Mesmo aqueles que não ganham nada, desde que sejam os mais necessitados. Todos os casos são avaliados por uma comissão de sindicância, composta por psicólogo, assistente social e três membros espíritas, que visitam as casas e constatam in loco se a pessoa tem realmente necessidade de abrigo. Em muitas dessas visitas acabam demovendo as pessoas da ideia de internar seu familiar ou parente.
Todos os abrigados são de Nova Friburgo e realmente carentes, escolhidos em função das necessidades de abandono. São avaliados também casos encaminhados pelo Ministério Público e Secretaria de Assistência Social. A maioria dos internos é composta por homens. Clélia diz que a mulher é útil por mais tempo, enquanto os homens, principalmente após a aposentadoria, tendem ao recolhimento e passam a ser um problema em casa.
A presidente vai aproveitar o mês de julho e os 80 anos do Laje para dar mais visibilidade às atividades desenvolvidas na instituição, para que a comunidade visite e confira tudo que ali é feito e acompanhe as mudanças, notadamente as impostas pela Anvisa.
O Laje hoje é praticamente uma clínica, com psicólogos, fisioterapeuta, assistente social, nutricionista, técnicos de enfermagem, uma enfermeira chefe e um médico (normalmente um clínico geral, cedido pela prefeitura, que no momento está em falta). Essa falta é suprida com atendimento externo bancado pelo Laje, de acordo com as necessidades que aparecem.
Como colaborar com o Laje
O Laje foi criado pelas instituições espíritas, que ainda hoje dirigem a instituição. Os diretores são voluntários. A manutenção, no entanto, é de toda a comunidade. E não há nenhuma restrição quanto a religiões, nem para os internos nem para os colaboradores. As doações em dinheiro podem ser feitas nas contas bancárias citadas no início, mas há outras formas de colaborar. Por exemplo, doando um pouco do seu tempo, nos aniversários dos idosos, nas festas. Os músicos também colaboram e animam as festas dos aniversariantes do mês; o mesmo faz quem sabe fazer um bolo ou simplesmente uma pipoca, ou ainda quem possa ir dar um pouco de carinho, um abraço.
Outra ajuda importante é colaborar com a construção da lavanderia, já que a Central Geral do Dízimo, do movimento Pró Vida, de Santos-SP, doou equipamentos novos. Os profissionais também podem atuar voluntariamente no Laje. O cirurgião-dentista Pedro Crizu, por exemplo, colabora há dois anos com os internos.
E quem colabora com as festas já está se agendando para a tradicional Festa do Quilo, quando serão comemorados festivamente os 80 anos do Laje. Será realizada nos dias 22 e 23 de agosto. É sempre muito animada, pois conta com a participação de vários grupos musicais e cantores da cidade, tanto no sábado quanto no domingo. O ingresso é um quilo de alimento e no domingo é servida a tradicional feijoada a partir do meio-dia, além de barraquinhas de comestíveis e bebidas, música e muita alegria.
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