A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada pela Câmara de Vereadores de Nova Friburgo para investigar supostas irregularidades em contratos emergenciais de fornecimento de alimentação para os funcionários, pacientes e acompanhantes do Hospital Municipal Raul Sertã, firmados entre a prefeitura e a empresa Global Trade Indústria de Alimentação, iniciou na última semana a construção do relatório final. Mas em decorrência do tempo tomado pelos depoimentos, a comissão estuda um pedido de prorrogação.
Pelo tempo regimental, a CPI tem a duração de 150 dias, prorrogáveis, caso seja necessário. Antes de encerrar os depoimentos, os membros da comissão tinham considerado manter o prazo final para conclusão do relatório em 17 de junho, mas agora estudam a possibilidade de prorrogação por mais 30 dias. Segundo o presidente da CPI da Saúde, vereador Johnny Maycon (PRB), para isso é preciso que todos os integrantes votem favoravelmente e que a proposta seja apresentada e aceita pela maioria do plenário, em sessão ordinária.
“Estamos transcrevendo todos os depoimentos e também elaborando o relatório. Por questões de segurança, existe a proposta de pedir uma prorrogação de 30 dias. Foram muitos depoimentos e algumas pessoas chegaram a ser ouvidas por mais de três horas. Marcamos uma reunião da comissão para definir isso e, caso seja aceito por todos os membros, o pedido deve ser levado ao plenário na próxima semana, já as sessões ordinárias da última terça-feira, 14, e da quinta-feira, 16, não aconteceram em decorrência da solenidade de entrega da Comenda Barão de Nova Friburgo e dos títulos de cidadania e ainda o feriado de aniversário da cidade”, explicou o presidente da CPI.
Última testemunha foi empresário que já prestou serviço ao hospital
Ao todo, a CPI ouviu 27 pessoas, entre elas nutricionistas e ex-nutricionistas do Hospital Municipal Raul Sertã, servidores das secretarias de Saúde, da Controladoria Geral da prefeitura e da unidade de saúde, funcionários e ex-funcionários da empresa Global Trade e o ex-secretário de Saúde, Christiano Huguenin, e a atual gestora da pasta, Tânia Trilha.
O último depoimento prestado foi do proprietário da empresa Nutryenerge, que prestou serviço de alimentação no Hospital Municipal Raul Sertã antes da empresa Global assumir o contrato. Segundo Johnny Maycon, o comparecimento de um representante da empresa que geriu o serviço em um contrato anterior e que também participou da cotação para o contrato emergencial talvez tenha sido um dos mais importantes.
“Esse depoimento foi crucial para compreendermos como a Global assumiu o serviço de alimentação do hospital, agora vamos detalhar o passo a passo da contratação”, afirma o parlamentar. Avaliando o andamento dos trabalhos até o momento, o presidente da CPI considera que tanto a etapa de levantamento de documentações, diligências e depoimentos foram muito produtivas.
“Não conseguimos notificar algumas pessoas para comparecer à Câmara e testemunhar, mas as principais foram ouvidas. Infelizmente a opção do proprietário da Global de permanecer em silêncio durante o depoimento foi o que nos trouxe mais dificuldades, mas já conseguimos consolidar uma boa base de investigação. Estamos analisando todos os processos e o quebra-cabeças está encaixando muito bem”, argumenta Johnny Maycon.
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