Forno do futuro crematório de Nova Friburgo já está no Cemitério dos Alemães

segunda-feira, 29 de junho de 2009
por Jornal A Voz da Serra

Foi preciso um guincho para descarregar de um caminhão na última quarta-feira, 24, o forno de 12 toneladas que será instalado no cemitério luterano Jardim da Paz, o conhecido Cemitério dos Alemães, no Paissandu. O equipamento, vindo da Alemanha, servirá para a incineração de corpos, restos mortais e membros humanos amputados em cirurgias hospitalares no futuro crematório de Nova Friburgo, previsto para ser inaugurado no próximo dia 25 de julho. O empreendimento, que será o segundo do estado, tem capacidade para até dez cremações por dia de qualquer pessoa e de qualquer religião. O outro crematório fluminense funciona no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro. Além do forno, também já chegaram a Nova Friburgo duas câmaras frigoríficas para o acondicionamento dos cadáveres até a cremação.

Na próxima quinta-feira, 2 de julho, técnicos de uma unidade do fabricante do forno na Argentina estarão em Nova Friburgo para treinar funcionários do crematório a operar o equipamento. O forno, com funcionamento a gás, será acondicionado à estrutura de alvenaria do crematório luterano construída em estilo alemão num espaço de aproximadamente 200 metros quadrados. O crematório disporá ainda de um departamento administrativo, recepção e capela mortuária para velórios e celebrações ecumênicas de despedida do ente querido. Após esse ritual, o corpo será conduzido por uma esteira até o forno onde será incinerado junto com o caixão de madeira por aproximadamente duas horas e meia. Esse procedimento não poderá ser acompanhado pelos familiares ou amigos do falecido. A incineração só poderá ser feita 24 horas após a morte, porém, só poderá ser cremado quem tiver manifestado tal vontade em vida com registro em cartório civil.

As cinzas oriundas da cremação serão depositadas numa caixinha de fibra e entregues aos familiares do finado para sepultamento ou qualquer outro fim. O presidente da comunidade luterana em Nova Friburgo, que administrará o crematório, Áureo Luiz de Azevedo Góes, destaca que a cremação, além de ser um processo mais higiênico de destinação dos restos mortais humanos, irá colaborar para a redução da falta de vagas nos demais 13 cemitérios friburguenses.

“A cremação evita a contaminação dos lençóis freáticos que podem abastecer poços de água para consumo doméstico. O próprio cemitério luterano está com seus pouco mais de 400 jazigos lotados e não há mais espaço físico para construir novos túmulos”, observa ele, lembrando que na última década a opção pela cremação de corpos cresceu mais de 60% em todo o Brasil.

Renda apurada com cremações será revertida para obra social

Parte do faturamento obtido com as cremações a Igreja Luterana reverterá para a obra social Lar do Idoso, que deverá funcionar no bairro Cônego num terreno doado por um membro da comunidade evangélica. A instituição terá 150 chalés de 36 metros cada, com quartos individuais destinados aos idosos. O crematório foi autorizado por uma lei municipal no ano passado. A ideia da comunidade luterana de construir um crematório em Nova Friburgo já é acalentada desde 2007 quando se ventilou a possibilidade de investimento de R$ 400 mil para o empreendimento. Na época, membros da igreja viajaram a São Paulo para conhecer o maior crematório da América Latina, o Jayme Augusto Lopes, na Vila Alpina, onde mais de 30 corpos são incinerados por dia.

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