Causou polêmica nas redes sociais a derrubada da mureta que cercava a pracinha na esquina da Rua Sete de Setembro com a Avenida Euterpe Friburguense, no Centro, em frente ao supermercado Cavalo Preto. A Prefeitura de Nova Friburgo demoliu a estrutura, na última sexta-feira, 22, após usuários do espaço público e comerciantes reclamarem que pessoas em situação de rua estariam depredando e ocupando a pracinha de forma irregular.
Nas redes sociais, moradores criticaram a medida tomada pelo governo municipal. “Quer dizer que se tem pessoas em situação de rua utilizando um coreto como abrigo o correto então é demolir o coreto? Espero que os amantes da ‘faxina urbana’ nunca precisem das vossas humanidades”, criticou Marcelo Guerreiro.
Houve também quem aprovasse a iniciativa da prefeitura de demolir a mureta. “Vai lá ver quantas (pessoas em situação de rua) querem ir para um abrigo. Se a prefeitura faz, reclamam, e se não faz nada, reclamam também”, afirmou Joelma Rodrigues.
Nesta terça-feira, 26, a vereadora Vanderleia Abrace Essa Ideia (DEM), presidente da Comissão de Direitos Humanos, da Mulher e das Pessoas com Deficiência, da Câmara Municipal, reuniu integrantes para discutir medidas que poderão ser propostas à casa legislativa para tratamento dessa questão social. A Ordem dos Advogados da Brasil (OAB), em Nova Friburgo, também planeja realizar uma audiência pública com a mesma finalidade.
Na última quarta-feira, 20, A VOZ DA SERRA mostrou que a mureta estava pichada, além de muitos lixo e vários objetos, inclusive, colchonetes, cobertotes e um microondas estarem espalhados pelo local. Dois dias depois, equipes das secretarias municipais de Obras e Serviços Públicos colocaram a estrutura de concreto abaixo. De acordo com a prefeitura, “o motivo da intervenção foi fazer com que a pracinha deixe de servir como abrigo a moradores de rua”, informou, em nota.
Dias antes, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e do Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio) de Nova Friburgo, Braulio Rezende, faz um apelo, por ofício, à prefeitura pedindo auxílio para solucionar o problema, já que as entidades vinham recebendo reclamações de empresários.
“Temos consciência de que é uma questão complexa, por envolver aspectos sociais, mas acreditamos que pode ser atenuada com uma atuação firme e segura do poder público”, disse Braulio. “Os empresários mencionaram brigas, gritarias com palavrões e até ameaças aos pedestres, fatos que, segundo eles, afastam os consumidores das lojas.
Friburgo não possui abrigo para pessoas em situação de rua. A Secretaria Municipal de Assistência Social que vem atuando com foco no diálogo e no convencimento para que essas pessoas deixem de viver nas ruas. Muitos, porém, têm residência própria. A pasta informou ainda que essa é uma questão que deve envolver a participação de toda a sociedade em busca de soluções.
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