O vereador de Nova Friburgo Sérgio Louback (PSC) deve assumir o mandato de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) na próxima semana. Ele é o 1º suplente do deputado eleito Chiquinho da Mangueira (PSC), afastado do cargo após ser preso, em novembro do ano passado, acusado de corrupção no âmbito da operação Furna da Onça, da Lava Jato.
A nomeação de Louback deve ser publicada no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro nesta segunda-feira, 25. Com 10.560 votos na eleição do ano passado, o político não conseguiu se eleger deputado estadual, mas agora será o único representante de Nova Friburgo na Alerj. Ele disse que pretende atuar como elo entre os municípios do entorno e o governo do estado. “Prefeitos de vários municípios da Região Serrana, Centro-Norte e Norte fluminense, e até da Região Metropolitana, já me procuraram para uma parceria. Muitos estão sem representantes na Alerj. Nossa intenção é trabalhar por essa região”, disse Louback nesta sexta-feira, 22.
O vereador Sérgio Louback participou ativamente da campanha à eleição do governador Wilson Witzel, também do PSC, e acredita que essa proximidade com ele irá facilitar no atendimento às demandas locais. “Infelizmente o enfoque dos governos fica muito na capital e no Grande Rio. Quero reverter essa situação e trazer os secretários do governo do estado para o interior. De imediato quero trabalhar para melhorias das nossas estradas vicinais e tenho projetos para o turismo”, contou o futuro deputado estadual.
Eleito vereador em 2016 com 1.983 votos, Louback não irá renunciar ao mandato em Friburgo. Ele será licenciado, podendo retornar caso o titular do mandato na Alerj, Chiquinho da Mangueira, retome as atividades, se inocentado pela Justiça. No lugar de Louback, na Câmara Municipal, deve assumir Dr. Luiz Fernando, 1º suplente da coligação PSC/PTN (atual Podemos). A nomeação dele, porém, pode ser questionada por outros suplentes na Justiça Eleitoral por infidelidade partidária. Dr. Luiz Fernando deixou do PTN e se filiou ao PRP para concorrer a eleição, no ano passado, a deputado federal, mas não foi eleito. O 2º suplente é Leandro Daldt, hoje no PSL, e o 3º, Benrique, que continua no PTN (hoje, Podemos).
Presos empossados
A nomeação de Louback e outros suplentes na Alerj vai ocorrer após a posse, na última quinta-feira, 21, de cinco deputados eleitos que estão presos acusados de terem recebido vantagens do esquema chefiado pelo ex-governador Sérgio Cabral em troca de votações favoráveis ao governo na Assembleia Legislativa: além de Chiquinho, Luiz Martins (PDT), Coronel Jairo (MDB), Marcos Abrahão (Avante), Marcus Vinícius “Neskau” (PTB) e André Corrêa (DEM).
Outro deputado eleito, Anderson Alexandre (SD), foi solto pela Justiça no último dia 15, mas uma medida cautelar o impede de assumir cargos públicos, mesmo em liberdade. Ele é acusado de favorecer empresas quando era prefeito de Silva Jardim, na Baixada Litorânea, e de fraudar convenções partidárias nas eleições para o governo municipal.
O presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), tomou a decisão de empossar os deputados presos após o desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), Abel Gomes, enviar um ofício à Assembleia informando que “competia à Alerj decidir (sobre a posse dos presos) e não ao TRF-2”. A decisão foi tomada pela mesa diretora sem deliberação do plenário. Os presos foram empossados na cadeia e Chiquinho, em sua casa na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Os deputados empossados não poderão constituir gabinete nem receberão salários. A medida será mantida enquanto permanecer em vigor a decisão do TRF da 2ª Região, que determinou a prisão cautelar e o afastamento das funções públicas, preservando aos eleitos o direito de posse em caso de absolvição. A manobra da mesa diretora para empossar os presos instaurou uma crise na Alerj. Deputados planejam entrar na Justiça para reverter a decisão da mesa.
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