A RJ-142 (Nova Friburgo-Casimiro de Abreu), a Estrada Serramar, voltou a ter o tráfego liberado em meia pista para veículos leves na altura do quilômetro 41, na localidade de Cascata, no distrito friburguense de Lumiar, em três horários por dia (das 6h às 7h, das 12h às 13h e das 18h às 19h). De acordo com o engenheiro chefe do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Rio de Janeiro (DER-RJ), em Nova Friburgo, engenheiro Marcelo Góes Telles de Brito, empreiteiras contratadas pelo órgão ainda retiram o restante das cerca de 450 mil toneladas de terra que deslizaram de uma encosta há quatro meses, no carnaval, e encobriram toda a rodovia. Também já foram iniciadas obras de contenção na área atingida pela avalanche.
No último dia 10, véspera do feriadão de Corpus Christi, a 3ª Vara Cível de Nova Friburgo chegou a determinar a interdição total da rodovia na altura do mega-acidente para garantir a segurança dos motoristas, já que a previsão era de grande movimento de turistas entre a Região Serrana e o litoral fluminense. A decisão judicial, porém, não emplacou devido à resistência dos próprios motoristas e proprietários de pousadas na região e graças a um acordo, a rodovia voltou a ser liberada nos três horários diários. Muitos motoristas desrespeitaram a proibição e durante todo o feriado, diversos veículos circularam normalmente pela rodovia durante o dia e também à noite.
Segundo moradores da região até ônibus de turismo e da linha Nova Friburgo-Macaé teriam passado pelo bloqueio no quilômetro 41 durante o feriadão, mesmo com a fixação de placas na RJ-116, no trevo de Mury, na própria RJ-142, em Lumiar e na BR-101, em Casimiro de Abreu dando conta da interdição da rodovia no quilômetro 41. Informações extraoficiais dão conta até que alguns turistas teriam pago pedágio de R$ 10 em média para conseguir passar pelo local do acidente desde que a proibição foi anunciada.
Marcelo Brito informou ainda que o DER-RJ solicitou a presença no local do acidente de uma patrulha da Polícia Rodoviária Estadual para impedir a circulação de veículos fora dos três horários diários pré-determinados no local do mega-acidente. A equipe de policiais permanece no local, segundo ele, na maior parte do dia. Vale lembrar que os acessos aos distritos de Lumiar e São Pedro da Serra estão liberados.
Para os motoristas que pretendem se dirigir de Nova Friburgo para Rio das Ostras, por exemplo, fora dos três horários de liberação do tráfego na Estrada Serramar, as opções de acesso alternativo são as rodovias RJ-146 (Bom Jardim-Trajano de Moraes) e em seguida acessar o litoral a partir do município de Conceição de Macabu ou seguir pela RJ-116 até Itaboraí e a partir daí seguir para a Região dos Lagos pela BR-101. Ambos os percursos alternativos aumentam a viagem em cerca de 100 quilômetros.
Previsão do DER-RJ é de que estrada seja liberada ao tráfego durante
todo o dia a partir do mês que vem
O restante da terra que deslizou com a avalanche no carnaval deve ser totalmente removido até o início do mês que vem. A previsão é do engenheiro chefe do DER-RJ na região, Marcelo Brito, que supervisiona os trabalhos de remoção, é que a estrada seja parcialmente liberada, somente para veículos leves, durante todo o dia, a partir do início do mês que vem. Por dia são retirados do local do acidente dezenas de caminhões que depositam todo o entulho num terreno a cerca de 12 quilômetros do local do acidente no município vizinho de Casimiro de Abreu. O depósito tem a autorização dos órgãos ambientais do estado. Paralelamente a remoção da terra que deslizou da encosta, já foram iniciadas as obras de contenção da rodovia orçadas em aproximadamente R$ 30 milhões.
Para sustentar a enorme encosta e evitar outros deslizamentos serão construídas por empreiteiras contratadas pelo DER-RJ diversas cortinas atirantadas (muros de concreto armado com ferro), dois muros de gabião (blocos de pedras amarrados com arame), além do retaludamento de toda encosta, que é a construção de grandes paredões de concreto intercalados com rampas assemelhando-se a um grande escadão. O prazo de duração das obras de contenção não está definido ainda.
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