Yedda Pereira dos Santos
Ontem, 22 de junho, primeiro dia útil do Inverno, ao ver o jornal das sete da TV Globo, patrocinado pela EBMA, empresa que recolhe o lixo de Nova Friburgo, tive a decepção de ver divulgadas as condições climáticas da cidade de Mauá, com turistas dando seu depoimento sobre as maravilhas de poder gozar o frio saudável dessa estação, em um local que oferece boas condições para o seu aproveitamento.
E me perguntei: Por que não Friburgo, com seu parque hoteleiro de primeira qualidade, sua temperatura que é, comprovadamente, a mais baixa do Estado do Rio, não ilustrou essa importante reportagem de abertura da estação, quando mais não fosse, em razão do patrocínio que recebe de uma empresa local?
Aliás, venho notando que, apesar desse patrocínio, o nome de Friburgo raramente aparece, principalmente divulgando situações criativas e progressistas, enquanto Campos, Cabo Frio e Macaé, quase sempre ocupam todo espaço disponível, com os mais diversos comunicados. Ah, ia esquecendo, e quando falam do clima na Região Serrana, dão uma temperatura média qualquer, enquanto a tela mostra uma rua de Petrópolis. Ignoram as mínimas temperaturas que se registram em nossa cidade, como outros noticiários fazem em relação a Campos do Jordão.
O pior é que acredito que, no fundo, estamos sendo responsáveis por essa desconsideração. Apesar de termos muita gente que luta por nosso progresso e, consecutivamente, por nossa boa imagem. Há um canal de televisão especializado em fotografar, como se fossem coisas atuais, caminhos esburacados, esgotos a céu aberto, e até barracos de favela onde faltam janelas, como se isso fosse responsabilidade de algum poder público, tudo em troca de popularidade. Isso vai denegrindo o lugar, considerado até há pouco como a Parada de um caminho a caminho do céu. Há muita insensibilidade nessas divulgações. Não sentem que, infelizmente, não é assim que se constrói e se solidifica a reputação de uma cidade. Uma cidade é como uma grande família, onde as pessoas se respeitam e, em nome desse respeito, procuram até mesmo minimizar ou mesmo guardar para si os problemas existentes, na ânsia de preservar a dignidade do nome que as recobre. Isso não as impede, entretanto, de buscar soluções para restaurar o comportamento aceitável pela maioria, na tentativa de resolver qualquer problema que estiver sendo enfrentado. Mas tudo sem alarde, porque as reputações são como cristal e, uma vez quebrado...
É uma pena que a cidade ao ser enxovalhada vá perdendo o respeito que sempre mereceu fora de nossas divisas. E como uma antiga friburguense, que ama este chão, venho pleitear que Friburgo continue a brilhar, à luz do mesmo sol que a vinha iluminando em sua longa trajetória de sucessos.
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