Um projeto ambicioso, mas extremamente possível e do tamanho dos sonhos daqueles que amam a velocidade. Um grupo de amigos de Nova Friburgo, apaixonados pelo kart, iniciou um movimento para tentar viabilizar a construção de um kartódromo no município. A proposta já tem alguns detalhes definidos, balizados, e vai começar a ganhar corpo com a organização e participação de pilotos friburguenses em algumas competições nesta temporada.
A história começou com o contato pessoal entre amigos, amantes do automobilismo. Ao contrário do que pensavam, o kartódromo do município de Guapimirim, na baixada fluminense, disponibiliza horários para locação da pista e dos equipamentos. A primeira participação, na categoria de 09 hp, foi o passo inicial para a criação de um grupo no whatsApp, com objetivo de reunir interessados em fazer parte de outras corridas. Tempos depois, os pilotos experimentaram a categoria de 13hp, mais rápida e com karts sensivelmente modificados. Os encontros se tornaram frequentes, praticamente mensais, e atualmente o grupo reúne aproximadamente 70 participantes.
A partir desse movimento nasceu o FKC – Friburgo Kart Clube, clube amador municipal, voltado para o fomento da prática do kartismo amador de aluguel (Rental Kart).
“Montamos uma apresentação para buscar patrocinadores, pois vamos promover campeonatos com troféus, medalhas e filmagem de qualidade. Até mesmo com um grid parecido com o que tem na Fórmula 1. Esta é a fórmula para buscarmos esse recurso financeiro. A ideia é unir de 20 a 30 pilotos no primeiro semestre”, explicou Kleber Tavares, um dos idealizadores do projeto.
Na apresentação citada constam, por exemplo, compilações das provas que serão disputadas pelo grupo em 2019. A equipe promove alguns campeonatos no Kartódromo Internacional de Guapimirim (KIG), com calendário já definido e todas as baterias reservadas para o Friburgo Kart Clube (FKC). Os nomes dos torneios estão vinculados a Nova Friburgo: copas Cão Sentado e Caledônia. Cada uma vai contar com quatro corridas, onde os pontos são somados por equipe. A última prova do ano é batizada Taça das Colônias. A primeira acontece já no dia 17 de fevereiro.
De acordo com as datas reservadas, há compromissos ainda nos dias 17 de março, 14 de abril, 5 de maio (quando se encerra a Copa Cão Sentado), 9 de junho, 25 de agosto, 15 de setembro, 20 de outubro (final da Copa Caledônia) e 10 de novembro (Taça das Colônias). Na semana passada, houve uma bateria de aquecimento para atrair pessoas interessadas, com o objetivo de buscar pelo menos 30 pilotos. A ideia é montar duas baterias de 20 minutos de duração, sendo cinco minutos para tomada de tempo e formação do grid de largada, e 15 minutos de corrida. Os cinco primeiros de cada corrida recebem medalhas de premiação e, no final dos campeonatos, os três primeiros são condecorados com troféus.
“Estamos com essa ideia do campeonato desde que começamos, e fomos amadurecendo. Colocamos no papel, discutimos e montamos o regulamento com as ideias de cada integrante da comissão, de cinco pessoas. Demos esse primeiro passo, de montar o grupo e organizar a competição. Fizemos a corrida-teste com 17 pessoas, e foi fantástica. Eu, como um dos empresários de Nova Friburgo, também estou investindo na categoria. Quem quiser ajudar, o projeto é excelente, e o contato pode ser feito pelo email contato@friburgokartclube.com.br”, revelou Leonardo Mesquita.
O investimento inicial vai custear a estrutura do campeonato, não só em termos de premiação a cada competição para os cinco primeiros, como também para a confecção de camisas e bonés com o nome do piloto e o patrocínio. É o primeiro passo de um projeto ainda mais ambicioso.
“Nosso primeiro objetivo é divulgar todo o trabalho de um grupo que está organizando corridas de Rental Kart no Kartódromo de Guapimirim. Mas a ideia principal é reunir o maior número de pessoas e pilotos para participar desse campeonato, onde iremos filmar e divulgar, para criar um movimento de Pró-Kartódromo em Nova Friburgo. Acreditamos que temos empresários que podem fazer esse investimento, até em conjunto com a Prefeitura”, reforçou Kleber.
Modalidade em crescimento
O kart tem crescido de forma considerável nos últimos quatro anos no país, sendo o Brasil a nação que mais revela pilotos e competidores, especialmente crianças de seis e sete anos. Uma empresa de combustíveis fomenta um projeto em todo o mundo, e o kart é uma das modalidades que recebe investimentos. No Rio de Janeiro, ainda há relativamente pouco espaço para a demanda que surge, com apenas dois kartódromos internacionais, em Volta Redonda e Guapimirim. Nova Friburgo, através do FKC, tenta acelerar para fazer parte desse movimento.
“O grande objetivo para convencer os empresários a investir na velocidade, em um kartódromo internacional, é mostrar que virão pilotos de todas as regiões e locais do mundo inteiro. Nova Friburgo é uma cidade acolhedora, onde é possível trazer a família e fomentar a economia, o turismo e o esporte. É uma atividade mais cara, mas acessível”, ponderou.
O projeto ainda é uma ideia, mas já possui algum tipo de formatação. O Friburgo Kart Clube definiu o caminho a ser percorrido, conta com interessados em contribuir, mas ainda precisa de mais recursos. A proposta, inclusive já apresentada a algumas pessoas, prevê a utilização de um terreno na RJ-130, entre Campo do Coelho e Conquista, atraindo pilotos e amantes da velocidade de toda região.
“As transformações sociais serão consequências com a geração de diversos empregos transitórios e permanentes, durante a fase de construção do kartódromo junto com o complexo esportivo em torno do empreendimento. O principal: vagas permanentes quando o empreendimento estiver em funcionamento, utilizando-se de mão de obra especializada na atividade que se propõe a fomentar. Um movimento semelhante existe na cidade do Rio de Janeiro com a construção do autódromo em Marechal Hermes, em área doada pelas Forças Armadas”, destaca a proposta do grupo.
“Até pela localização, a gente conseguiria envolver pessoas de outras cidades da região, e de municípios mais distantes, a exemplo de Juiz de Fora. Seria uma pista profissional, parecida com a de Guapimirim, onde há, por exemplo, uma equipe de mecânicos, com carros reservas, e aplicação de regulamento esportivo. É preciso ter um bom nível de segurança, diferente do kart recreativo”, destacou Leonardo Palermo.
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