O relatório de vistoria realizada pela Defesa Civil de Nova Friburgo, nesta terça-feira, 4, no entorno da casa de dois andares que desabou, no último sábado, 1º, às margens do Rio Bengalas, no Prado, distrito de Conselheiro Paulino, aponta que o acidente danificou um imóvel vizinho. O órgão concluiu, porém, que não há riscos de novos desabamentos no local.
De acordo com o documento, o impacto da queda da casa avariou o portão de acesso ao imóvel localizado no número 506 da Avenida dos Ferroviários, quebrou vidros do basculante da cozinha e trincou o piso da varanda, da garagem e de um espaço que funciona como oficina de lanternagem. A casa desabou devido ao abandono e demora na demolição, apontou o relatório. Vistorias anteriores já indicavam estofamento do reboco, mas não a necessidade de interdição. O imóvel foi construído sobre pequenos pilotis. Sem janelas e portas e o acúmulo de água no teto provocaram, segundo o órgão, a implosão da estrutura.
Desapropriada após a tragédia das chuvas de 2011, a casa veio abaixo após o forte temporal que caiu sobre Nova Friburgo na última sexta-feira, 30 de novembro. Não houve vítimas. O imóvel pertencia a uma família que foi indenizada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e hoje mora em Paraíba do Sul.
Na última segunda-feira, 3, funcionários da Subprefeitura de Conselheiro Paulino estiveram no local para limpeza dos escombros. Eles abriram o acesso à rua, já que a Defesa Civil e o Inea iriam fazer a vistoria no entorno. A retirada total dos escombros deve ocorrer ainda esta semana.
A VOZ DA SERRA voltou a procurar o Inea nesta terça-feira, 4, para saber qual a posição do órgão sobre o desabamento. Responsável pelo projeto de desocupação das margens do rio, o Inea retirou e indenizou, nos últimos anos, dezenas de famílias que viviam no trecho. Imóveis desocupados ainda não foram demolidos. As construções impedem a execução da construção da Avenida Brasil, que vai ligar Duas Pedras a Conselheiro Paulino.
O que diz o Inea
Em nota, o Inea não comentou o desabamento. Informou que “promoveu o reassentamento de centenas de famílias, através do Trabalho Técnico Social (TTS) promovido pelo órgão ambiental, seguindo as diretrizes do decreto estadual 43.415/2012, a fim de oferecer melhores condições de moradia para famílias que possuíam suas residências instaladas em regiões suscetíveis a riscos de inundação”.
Também informou que após a realocação destes beneficiários, o órgão, através da sua Diretoria de Recuperação Ambiental (Diram), promoveu a demolição de aproximadamente 400 imóveis devidamente desocupados no município de Nova Friburgo e Bom Jardim. Acrescentou que possui um contrato, em fase de iniciação, para a demolição dos imóveis remanescentes situados às margens do Rio Bengalas.
“No âmbito do referido contrato está programada a demolição de 28 imóveis situados na localidade citada, com prazo de execução de dois meses. Cabe ressaltar que a mensuração dos imóveis já demolidos e a serem demolidos considerou todos aqueles que se encontravam com todo o processo de realocação finalizado, além de estarem situados em áreas objeto de intervenções por parte do Inea, através de contratos já finalizados."
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