Tiro de Guerra realiza palestras para implementar instruções dos atiradores

sexta-feira, 12 de junho de 2009
por Jornal A Voz da Serra

O Tiro de Guerra 01-010, no ano de seu centenário, está realizando uma série de palestras visando implementar as instruções ministradas e despertar sentimentos de cidadania e responsabilidade social nos atiradores. A chefia de instrução é do primeiro-sargento Isaías Henrique de Oliveira, que conta também com a instrução do sargento Anderson Bispo. Este ano foram realizadas palestras versando sobre prevenção e combate a incêndio, primeiros socorros e técnicas especiais; combate à dengue, meio ambiente, segurança no trabalho, drogas e afins, DST/Aids, educação no trânsito, segurança pública e benefícios da doação de sangue, envolvendo profissionais ligados ao Corpo de Bombeiros, Secretaria Municipal de Saúde, Batalhão Florestal, Autran, Polícia Militar, Hemocentro Região Serrana e profissionais liberais.

serviço militar - O serviço militar tornou-se obrigatório a partir de 1918, pela lei 1.860, que culminou uma campanha cívica liderada por Olavo Bilac, objetivando corrigir injustiças culturais então arraigadas, que privilegiavam as elites e oneravam as classes menos favorecidas.

Na oportunidade, remanescia na sociedade brasileira uma idiossincrasia do atavismo ibérico que considerava aviltante a condição de praça das Forças Armadas, levando o recrutamento a incidir sobre grupos marginais, como presidiários, desocupados e perseguidos políticos. Esse fenômeno causava indisciplina na tropa, implicando abusos no seu emprego, com prejuízo político, como ocorreu no Pará, durante a repressão à cabanagem.

Quando uma crise conjuntural tornava inevitável o recrutamento de grandes contingentes, o ônus da convocação recaía sobre as famílias mais pobres, provocando protestos e motins, como os do início da Regência, no Rio de Janeiro, e o que deu causa imediata à cabanagem no Pará, em janeiro de 1835.

Durante a Guerra do Paraguai, a impossibilidade de completar as cotas impostas à Guarda Nacional forçou o recrutamento em massa de escravos, mediante o serviço dos voluntários da pátria. Por último, a lei do sorteio imprimiu evolução ao processo de convocação, mas não conseguiu prevenir desvios que terminaram comprometendo a sua credibilidade.

A defesa nacional, certamente, é assunto do interesse comum, e os encargos dela decorrentes incumbem a todos os brasileiros, indistintamente. Por isso, a universalidade dessa obrigação é, acima de tudo, um impositivo de justiça e um preceito democrático.

No Brasil, o alistamento para o serviço militar inicial abrange todos os jovens que completam 18 anos, sendo isentas as mulheres. Em 2008, apresentaram-se 1.689.880 candidatos; 646.150 foram submetidos à seleção, sendo incorporados ao Exército 62.842, equivalendo a 3,7% do total.

Não tem fundamento a afirmação de que somente os pobres prestam o serviço militar. Em 2008 foram incorporados 1.650 profissionais liberais (médicos, farmacêuticos, dentistas e veterinários), indispensáveis ao atendimento de saúde nos hospitais militares, nas regiões remotas da Amazônia e no Polígono das Secas. Foram também recrutados 310 oficiais técnicos temporários (OTT), 1.525 alunos dos órgãos de formação de oficiais da reserva (CPOR e NPOR) e 824 sargentos técnicos temporários (STT).

Além disso, é justo considerar a motivação educativa que, em muitos rincões, costuma levar sucessivas gerações de pais a estimular os filhos a servirem ao Exército, como complemento cívico à educação familiar. Sugestivamente, 96,5% dos soldados de 2008 foram voluntários. A incorporação total incluiu 51.448 recrutas, 11.229 atiradores de Tiro de Guerra e 145 alunos das escolas de instrução militar.

O serviço social alternativo poderia estender o benefício da educação cívica a parcela significativa do contingente masculino dispensado do serviço militar inicial e ao segmento feminino, desde que conduzido com a mesma seriedade do serviço militar. Portanto, o serviço militar obrigatório representa dura e justa conquista das gerações passadas, que tem de ser preservada no presente, a despeito de incompreensões conjunturais, do apelo liberal alienado da realidade e dos paradigmas adversos de motivação política.

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