Até quando?

terça-feira, 18 de setembro de 2018

Para pensar:

“Tudo que é feito com honra merece respeito e deve ser louvado. O que é feito com desonra não merece respeito e deve ser condenável.”

Ewandro Chaib

Para refletir:

“Uma mentira pode salvar seu presente, mas condena seu futuro.”

Buda

Até quando?

Bom, como a coluna já havia antecipado, a coletiva de imprensa convocada pelos vereadores Wellington Moreira, Zezinho do Caminhão, Johnny Maycon, Professor Pierre e Marcinho, na tarde desta segunda-feira, 17, não deixou mesmo pedra sobre pedra.

As denúncias são seríssimas e, se em alguns momentos não chegam a ser conclusivas, ainda assim o resultado do cruzamento de informações é inevitavelmente um cenário no qual qualquer possibilidade restante é comprometedora, para dizer o mínimo.

Pesos e medidas

Em essência, a denúncia não deixa dúvidas quanto à diferença no tratamento dispensado a empresas participantes de licitações no âmbito da Secretaria municipal de Saúde.

Enquanto umas recebem em dia, por exemplo, outras têm seus pagamentos retidos sob argumentos que não se sustentam, a menos que consideremos que o fornecimento de medicamentos e insumos não seja um serviço indispensável.

Peça a peça

A asfixia econômica de determinados fornecedores, no entanto, talvez não baste para explicar por que uma empresa chegue ao ponto de desistir de uma venda em valor superior a R$ 2 milhões, mesmo tendo vencido inúmeras concorrências em nossa cidade desde idos de 2011.

É claro que tem mais caroço neste angu.

Coincidência?

Ocorre, talvez não de forma surpreendente, que algumas das empresas que andam recebendo em dia não oferecem necessariamente os melhores preços (à sociedade, claro).

Mas, por alguma coincidência que alguns classificariam como conveniente, pareceres padronizados andaram sendo emitidos por médicos e enfermeiros, eventualmente de forma precária, à mão e em papel de receituário, condenando a qualidade de diversos itens ofertados por estes fornecedores de menor preço. Os mesmos que não vêm recebendo em dia.

Aliás, longe disso.

Se correr...

Ora, esse é um ponto muito interessante, porque estamos falando de materiais que não apenas são vendidos aos milhões em todo o território nacional, devidamente certificados pelo Inmetro - e, no caso dos produtos importados, também por agências internacionais -, mas também que - e esta é certamente a parte mais grave - continuam a ser utilizados a partir dos estoques existentes na própria rede municipal de saúde pública!

Epa, mas os produtos não eram problemáticos?!

Se ficar...

Bom, o que temos aqui é a certeza de uma situação gravíssima, embora ainda não seja possível determinar qual de fato se aplica.

Tais pareceres foram “encomendados”, sem qualquer embasamento técnico legítimo, apenas de modo a justificar compras lesivas ao erário?

Ou eles de fato se sustentam, desenhando um cenário de perigosíssima prevaricação, posto que nada foi feito para interromper seu uso imediato e reaver os recursos empenhados na compra de produtos insatisfatórios e/ou perigosos?

Lé com cré

A ponta do lápis e todo o contexto sugerem fortemente a primeira opção.

Basta ver o caso dos indicadores químicos, por exemplo, e observar a preferência por testes de três horas em detrimento dos de 24 horas, apesar da diferença de 700% nos preços aplicados.

De fato os prejuízos têm sido enormes, e não apenas financeiros.

Desabafo

Quem acompanha este espaço sabe bem que a coluna não tem poupado críticas a aspectos bem definidos de nossa administração, porque o sentimento é mesmo de indignação.

E todo o respaldo recebido por enorme quantitativo de leitores permite dizer que sim, a sociedade espera que todas estas informações sejam analisadas com o devido interesse pelo Poder Judiciário, em todas as esferas envolvidas.

E sem demora.

Dor neles

Não podemos mais aceitar que os menos favorecidos continuem a sofrer de forma evitável.

Não dá mais para tolerar a dor neles, e aos seus.

Falência

Poucas notícias são capazes de sintetizar tão profundamente a falência moral e cultural de nossa sociedade quanto atos de vandalismo cometidos contra escolas.

Mas, para nossa vergonha e reflexão, eles não são nada raros.

Há poucos dias o Colégio Estadual Professora Zélia dos Santos Cortes, na Vila Amélia, voltou a sofrer com a ação de vândalos.

Episódio semelhante já havia acontecido, não muito tempo atrás.

Apoio

À comunidade escolar a coluna manifesta sua solidariedade.

E às autoridades competentes pede um reforço no patrulhamento e, se for o caso, na cobertura do local pelas câmeras do Cidade Inteligente.

O colunista desde já agradece pela atenção.

Crise política

A 9ª Subseção da OAB em Nova Friburgo segue sua rotina de diálogo com a sociedade através da oferta de informações e a promoção de debates.

Nesta quarta-feira, 19, a instituição abre as portas de seu auditório para o professor João Feres Jr., cientista político da Iesp e da Uerj apresentar sua palestra “Manchetômetro - mídia e crise política no Brasil contemporâneo”.

O tema, super pertinente, será abordado a partir das 18h30.

Desafio

A foto que ilustra nosso desafio de hoje deve ser uma barbada para muitos leitores.

A coluna, no entanto, a publica mesmo assim, porque o magnífico registro do talentoso Henrique Pinheiro traz uma forte carga emocional a quem cresceu nessa cidade, e nos recorda de que precisamos dar a devida atenção e o necessário acesso a nossos tesouros naturais, históricos ou culturais.

Mas, claro, quem quiser ter o nome estampado na coluna basta responder o que estamos vendo.

Boa sorte, e um ótimo dia a todos!

Foto da galeria
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Massimo

Massimo

Coluna diária sobre os bastidores da política e acontecimentos diversos na cidade.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.