Orlando Castor - 7º período
Nos últimos quinze anos, desde o início do Plano Real, os brasileiros conheceram o crediário, que facilita o pagamento de um produto em várias parcelas – com ou sem juros. Desde o ano 2000 esse tipo de transação econômica trouxe tudo novo em casa: televisão, geladeiras, micro-ondas e mais recentemente o computador. A população aumentou a lista de aparelhos e sentiu a diferença na conta de luz, que passou a pesar mais no orçamento doméstico.
Mesmo com o cenário de crise internacional, dados da Fecomércio-RJ apontam que o Natal do ano passado foi um dos melhores dos últimos dez anos. Na lista de presentes mais comuns em datas especiais estão os eletroeletrônicos, principalmente aparelhos DVD’s e televisões de 29 polegadas. A revolução da informática trouxe a democratização da internet e a compra de computadores explodiu em quatro anos.
“O consumidor brasileiro descobriu o mundo através das parcelas. São famosos os crediários em 12, 24 ou 36 vezes. Se esforçam, mas compram e isso fez a economia girar. O Natal é uma data clássica porque deixaram de lado roupas e virou data de comprar aparelhos”, explica a economista Vivian Cândida.
De acordo com a Aneel, Agência Nacional de Energia Elétrica, em geral o brasileiro consome mais luz quando comparamos o padrão de 2008 com 2005. Houve crescimento médio de 13%, principalmente nas cidades da Região Sudeste.
“Em cinco anos comprei um computador, geladeira nova, duas televisões e troquei o chuveiro. Se em 2003 eu pagava, em média, 57 reais na conta de luz, hoje estou pagando pelo menos cem reais. É o preço de um pouco mais de luxo que resolvi ter”, comenta o eletricista aposentado Ladimir Bandeira.
Para a Aneel, o fato de a conta de luz estar mais cara não reflete diretamente o reajuste nas tarifas, mas também a quantidade de aparelhos que o brasileiro passou a ter em suas residências. O órgão do Governo Federal dá uma dica importante: quando comprar um eletrodoméstico reparar no selo Procel, que informa o quanto de energia se consome por mês. É melhor evitar aparelhos que estejam acima da classificação “D”.
“Economia é importante junto com o bom senso. Vemos jovens midiáticos no computador, com o som ligado e assistindo à TV. Dicas que todo mundo sabe: banhos demorados colaboram para a conta mais cara, uso exagerado de micro-ondas, passar toda a roupa de uma só vez e não ligar a máquina de lavar para usar com poucas peças”, esclarece Ladimir.
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