O crescimento na quantidade de pessoas que moram sozinhas ao redor do mundo é “a maior transformação social moderna que falhamos em nomear ou identificar”. Essa é a opinião de Eric Klinenberg, professor de sociologia da Universidade de Nova York, pesquisador do assunto e autor do livro “Going Solo: The Extraordinary Rise and Surprising Appeal of Living Alone” (“Vida solo: o extraordinário crescimento e o surpreendente encanto de se viver só”, em tradução livre).
A frase é impactante, mas dificilmente pode ser considerada um exagero. Seja em países ricos ou em desenvolvimento, cada vez mais, pessoas de todas as faixas etárias têm optado por viver só. O quadro é tanto um reflexo de outras transformações sociais quanto, por si só, um movimento que gera “consequências abrangentes”, de acordo com o ex-diretor da divisão de Populações das Nações Unidas, Joseph Chamie. Por isso, demanda mais atenção do que tem recebido de pesquisadores e formuladores de políticas públicas.
Tendência maior entre os mais ricos
Em 2016, o Canadá atingiu pela primeira vez em sua história um número maior de casas habitadas por uma só pessoa do que qualquer outro tipo de habitação. Segundo o censo daquele ano, 28,2% das moradias tinham só um morador no país. A porcentagem é, ainda, bem menor do que de vários países europeus: Dinamarca, Finlândia, Alemanha e Noruega, por exemplo, têm mais de 40% de suas casas com um só morador. A estimativa é que, em todo o mundo, esse já seja o modelo adotado em 15% dos dois bilhões de casas.
A tendência é maior em países ricos — a Europa é o continente onde mais casas têm só um morador. O Brasil fica próximo de outros países com grandes economias em desenvolvimento, como China, Turquia e alguns asiáticos como Cingapura, com em torno de 15% de “arranjos unipessoais”, classificação dada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O crescimento desse tipo de habitação é considerável se comparado ao cenário de 50 anos antes. Em 1960, a França era o país com mais casas com só um habitante, girando em torno de 20% do total, segundo dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Arranjos unipessoais
Casas com um morador só não cresceram mais que aquelas que abrigam casais sem filhos no Brasil. Todos os outros modelos familiares apresentaram quedas de 2004 a 2014, segundo a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE.
De 2005 a 2015, o número de pessoas que moram sozinhas aumentou no país de 10,4% para 14,6%, especialmente a partir dos 50 anos, segundo a Síntese de Indicadores Sociais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesta faixa etária, a proporção de arranjos unipessoais subiu de 57,3% para 63,7% no período. Este crescimento se deu na esteira do envelhecimento da população.
As mulheres, maioria entre os idosos, eram 50,3% entre as pessoas que vivem em arranjos unipessoais, e os homens, 49,7%. No total, quase 16% das pessoas que têm mais de 60 anos não têm companhia em casa. O número médio de moradores dos domicílios no país era de 2,87 pessoas em 2015, frente a 3,20 em 2005.
A chamada "geração canguru", pessoas de 25 a 34 anos que continuam morando com os pais, parece não mudar suas escolhas diante do cenário socioeconômico. Em 2004, representavam 21,7% dessa população; em 2015, 25,3%. Ano passado, com o cenário ainda mais confuso, essa “geração” continua em expansão. Vale ressaltar que esse grupo de pessoas é mais escolarizada e trabalha, em sua maioria. Mas estende a permanência com a família por ainda estarem concluindo os estudos, por acomodação ao padrão de vida dos pais ou por dependência emocional deles.
A pesquisa do IBGE traz também dados sobre as condições dos domicílios brasileiros. Entre os alugados, a proporção de imóveis em que o aluguel consumia 30% ou mais da renda domiciliar mensal ficou em 5,7% em 2015, ante 3,9% em 2005. Esse percentual também continua crescendo.
Quem vive sozinho sofre de solidão?
A resposta é não, pois viver sozinho pode ser uma opção pessoal, que tem base em várias situações, consciente de que é por livre e espontânea vontade ou por uma imposição da vida, como acontece quando morre um dos cônjuges ou por jovens que passam a viver sozinhos para estudar.
Já a solidão é uma emoção ou estado de espírito, que torna a pessoa insatisfeita com tudo e com todos, fazendo com que se isole da vida social e não sinta mais prazer em desfrutar da companhia de familiares ou amigos.
Quem opta por viver sozinho encontra vários motivos:
- Quer dispor de um espaço sem interferência de ninguém.
- Não admite que outra pessoa reorganize o que organizou.
- Quer fazer as coisas do seu jeito, sem dar explicações.
- Quer administrar seus horários, sem cobrança de outra pessoa.
- Quer ter liberdade total dentro do seu espaço.
Quem tem solidão, precisa:
- Buscar ajuda profissional.
- Encontrar apoio em familiares e amigos.
- Encontrar motivos para sair do isolamento.
- Ocupar a mente com ações solidárias, preenchendo o tempo.
- Buscar companhia em grupos de apoio, em clubes, no esporte, na literatura.
São situações que exigem atitudes diferentes na busca de soluções, porque mesmo que a decisão seja adotada por livre vontade, ela pode encobrir alguma patologia, que impede a pessoa de viver coletivamente. Os seres vivos, em geral, gostam de viver em grupos, razão pela qual as famílias conseguem superar seus conflitos para ter paz e tranquilidade. Quando um membro se dispersa, por qualquer motivo, sempre há algum sofrimento, que pode durar, mais ou menos, dependendo da maneira como a separação foi feita.
Todos aceitam bem quando a decisão de viver sozinho está ligada a um bom motivo, como a perspectiva de mais sossego para estudar ou trabalhar, demonstrando interesse em ter sucesso naquilo que se propôs.
Quando uma pessoa se sente solitária, mesmo vivendo em família ou com amigos é sinal de que algo não está bem. Buscar ajuda com médicos psiquiatras ou psicólogos, é o melhor caminho para identificar as causas do problema.
Estudos realizados mostram que pessoas solitárias têm maior propensão para antecipar a sua morte. Pesquisa publicada pelo Proceedings of the National Academy of Sciences indica que viver sozinho, mesmo que feliz com isso, aumenta os riscos de morte em 26%. Todos devem ser encorajados a buscar companhia, pois isto faz bem à saúde.
Desta forma, é possível concluir, que é importante encontrar pessoas que se tornem importantes para cada um, possibilitando uma convivência harmoniosa, que gere saúde, confiança, prazer, bem estar e qualidade de vida, compartilhando sonhos, realizações e sucesso, afastando a possibilidade de permitir o domínio da solidão ou a decisão de viver sozinho.
Situações sobre a vida de pessoas solteiras e o lado bom e ruim dessa opção…
Estudar, ter um bom emprego e ter alguém ao seu lado parece o sinônimo de uma vida perfeita não? Segundo alguns estudos dividir a vida com alguém pode ser muito benéfico para à saúde. Mas a ciência também está de olho nas vantagens que ser solteiro pode trazer para uma pessoa. Entre eles estão uma vida com amigos e interação social, e com mais objetivos e determinação para cumpri-los.
Claro que estar em um relacionamento tem suas vantagens, assim como estar solteiro, também. Você não precisa ficar enchendo aquele seu amigo para arrumar uma namorada pois ele pode estar muito feliz assim, "sozinho". Talvez ele não queira isso agora, ele pode estar muito focado no trabalho, existem vários motivos para que uma pessoa não queira estar em um relacionamento.
Agora, existem dramas que só as pessoas que estão solteiras há muito tempo vão entender, como só ter amigos que estão namorando ou casados, às vezes não ter companhias para uma balada ou um barzinho ou ser o único solteiro do grupo de amigos. Portanto, existem pontos positivos e negativos, e aqui resumimos em cinco tópicos, situações com fatos verdadeiros sobre as pessoas solteiras.
- Solto na vida!
Ser solteiro é sinônimo de solidão? Na verdade, as pessoas solteiras são mais livres, não precisam dar satisfação para ninguém e não dependem de outra pessoa para tomar decisões. Desde reservar uma viagem de fim de semana no último minuto com seus amigos, a escolher sair do seu trabalho e voltar estudar, você pode simplesmente fazer o que quiser.
- Ah, família!
E aí você está solteiro já há um bom tempo, curtindo os "contatinhos" dos aplicativos de relacionamento, mas a sua família, por algum motivo, sempre te questiona sobre um relacionamento sério e você tem que explicar mil vezes que ainda não achou a pessoa certa. Bom, não que os familiares estejam errados, mas será mesmo que é preciso fazer esse questionamento com tanta frequência?
- Não, obrigado!
Você tem aquele casal de amigos que te adora, sempre te chamam para sair e fazem questão da sua presença. Mas, passar momentos sozinhos com algum casal de amigos é comum e as vezes pode ser desconfortável em alguns casos. Não que você vá incomodá-los, mas ser vela todas as vezes pode ficar chato.
- Custa menos!
Sabe aqueles presentinhos que os casais se dão todos os anos, como ovo da Páscoa, presente de Natal, presente de dia dos namorados, aniversário de namoro e coisas do tipo? Pois é, na vida de solteiro isso não existe, todo o dinheiro que ele ganha é todo dele, não tem que ficar se preocupando em agradar uma pessoa. Sozinho sempre, mas com muito dinheiro no bolso.
- Sozinho… e feliz?!
É na vida de solteiro que vocês podem exagerar, passar dos limites, não dar satisfação pra ninguém, passar mal na balada, dormir fora, ficar dois dias sem tomar banho, tudo isso porque você é uma pessoa sozinha, porém feliz.
- Sniff, sniff!
Depois de passar tanto tempo solteiro, você começa a imaginar que o seu destino é esse mesmo, ou seja, ficar sozinho para o resto da vida. Nessa hora bate o desespero e você já começa a achar que ninguém te quer mesmo e que o seu futuro é numa casa cheia de gatos espalhados para te fazer companhia e as pessoas dizendo que você ficou para "titio(a)".
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