Colunas
Esquentando
Para pensar:
“Um conceito é como um tijolo. Ele pode ser usado para construir um tribunal da razão. Ou pode ser jogado através da janela.“
Gilles Deleuze
Para refletir:
“Sorte do ignorante é ele não saber que não sabe.”
Ditado iídiche
Esquentando
A coluna avisou que o mês de julho ia ser quente, não avisou?
Pois é, estava escrito, e não fomos apenas nós que fizemos a leitura.
Já faz tempo que temos alertado aqui a respeito da inação do governo no sentido de fazer a necessária licitação para a concessão do transporte coletivo.
Os alertas vêm sendo dados há mais de ano, e há fartos registros disso.
Mas quem é de emergencial não curte licitação, não é mesmo?
Sem máscaras
Ocorre, no entanto, que não há meios de justificar um emergencial para um procedimento cuja necessidade se conhece desde a noite dos tempos.
O caso é terminantemente incompatível com a boa administração pública, quer seja pela mais absoluta incompetência, quer seja pela mais descarada fabricação de uma situação emergencial.
De um jeito ou de outro, fica evidente que o erário está desprotegido.
Inevitável
Diante da situação, o “Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Nova Friburgo, expediu recomendação para a Prefeitura de Nova Friburgo observar a aproximação do término do prazo do atual contrato de concessão do serviço de transporte coletivo municipal, no mês de setembro. A recomendação também alerta para a consequente deflagração do devido procedimento licitatório em prazo hábil”.
Direto ao ponto
O comunicado do MPRJ traz ainda que “o ofício foi expedido no âmbito do inquérito civil 30/2018, instaurado para acompanhar as medidas adotadas pelo município a fim de viabilizar o processo de licitação e evitar a possível contratação emergencial de forma provocada e forjada, o que demonstraria a má-fé dos envolvidos, sob pena da prática de ato de improbidade administrativa”.
Português bem claro, não?
E aí?
O MPRJ determinou que fossem oficiados o prefeito Renato Bravo e a Procuradoria-Geral do Município, requisitando informações se há procedimento administrativo em curso para início do processo licitatório.
“A recomendação considera o disposto na Constituição da República, a qual estabelece que toda contratação do Poder Público deve ser precedida de licitação. O texto lembra ainda que a dispensa indevida de licitação configura crime e ato de improbidade administrativa.”
Hora da verdade (1)
Veja bem, estas palavras integram uma portaria de instauração de inquérito civil público, que tem por objeto improbidade administrativa, e é direcionada à Prefeitura de Nova Friburgo.
A situação é evidentemente séria, e nos leva a um ponto no qual os desdobramentos serão necessariamente reveladores.
Porque todo mundo sabe quem é responsável pela situação, e a Procuradoria, que também foi oficiada, terá de agir internamente.
Hora da verdade (2)
Ora, já faz muito tempo que cruzamos a linha a partir da qual o cidadão das vilas marginais da Alberto Braune deveria ter sido exonerado, caso seus laços com o Palácio Barão de Nova Friburgo fossem apenas profissionais.
Podemos estar próximos, contudo, de ver exposta a natureza e a resistência desses laços, uma vez que a gravidade que puxa o sujeito para baixo só aumenta, e corre o risco de levar a nau junto consigo.
Na prática, afundar junto significa estar altamente comprometido.
Desfaçatez
Aliás, vai ser interessante observar o comportamento daqueles vereadores que, conscientes de tudo o que se passa, vêm comendo em suas mãos (não esterilizadas) há tanto tempo.
Terão eles celulose facial suficiente para encenar surpresa?
Cumulus
É evidente, para bom entendedor, que a bola de neve está ganhando corpo, e não vai parar tão cedo.
Novidade no secretariado é esperada nos próximos dias.
Personagem sobre o qual pairam nuvens - pequenas, mas possivelmente carregadas - pode receber o cartão vermelho muito em breve.
Resta ver se vai sozinho, ou se leva um ou dois grandes cumulus congestus com ele.
Perseguição?
E em meio a tudo isso, e todo o mais que está a caminho, tem gente que ainda diz - pelas costas, como convém aos covardes - que a coluna está de perseguição…
Bem se vê.
Liberar o acesso aos processos licitatórios e emergenciais, no entanto, ninguém quer.
LDO (1)
Bom, vamos a algumas notícias mais leves.
A Câmara de Nova Friburgo aprovou por unanimidade nesta terça-feira, 17, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o ano de 2019.
De acordo com o documento enviado pelo Executivo municipal, a previsão de receita para o ano que vem é de aproximadamente R$ 568 milhões, R$ 10 milhões a mais que a prevista para este ano.
LDO (2)
Ainda segundo o documento, a atualização da legislação tributária, o incremento de arrecadação da dívida ativa e a otimização de investimentos serão as principais fontes de arrecadação.
Gastos com pessoal, pagamento da dívida pública e manutenção do patrimônio público representam as principais despesas da cidade.
LDO (3)
O projeto que norteia a elaboração orçamentária do município e aponta as metas básicas que o governo municipal deve desenvolver, foi discutido em três audiências públicas e recebeu três emendas da Comissão de Finanças e Orçamento voltadas para educação.
Saúde, Educação, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia são os quatro principais setores a que se destinam as prioridades apontadas no documento.
Detalhes
A VOZ DA SERRA publicará todos os principais detalhes a respeito da LDO nos próximos dias.
Bem representados
Ao fim de uma coluna pesada, uma nota sublime.
Dias atrás a coluna registrou a ida de representantes da banda Euterpe Friburguense à França, entre alunos da Aliança Francesa. Os leitores devem se lembrar.
Pois bem, o que nos enche de orgulho por aqui também nos representa muito bem lá fora.
Vejam só que história deliciosa.
Limão
No último domingo, 15, o grupo da Aliança Francesa de Nova Friburgo estava viajando rumo a Vichy, para estudar francês durante as férias, quando, há apenas 50 quilômetros da cidade, o trem foi obrigado a parar por conta de uma árvore caída sob os trilhos.
Uma tempestade ocorrera há pouco e a via acabou interditada por cerca de uma hora.
E quando o primeiro tronco foi retirado, soube-se que à frente havia outros quatro.
Limonada
Evidentemente o descontentamento foi geral. Afinal, todos estavam naturalmente cansados e ansiosos por chegar ao destino.
Nessa altura, no entanto, a jovem Luanna Luciano da Conceição se colocou no meio do corredor e, com seu clarinete, soltou algumas notas. Logo o grupo se viu rodeado por outros passageiros, e juntos cantaram músicas brasileiras e francesas, fazendo a maior festa.
O momento felizmente foi registrado em vídeo.
Massimo
Massimo
Coluna diária sobre os bastidores da política e acontecimentos diversos na cidade.
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