Colunas
Força da caneta
Para refletir:
“Todo homem tem seu limite.”
Red, em “Um sonho de liberdade”
Força da caneta
Esse 16 de maio deu muito o que pensar.
Desde a madrugada, no centro da cidade, quando um grupo de pessoas entrou em duradouro e tenso conflito, diversos gritos de desespero, crianças chorando, tudo isso se prolongando por mais de 20 minutos sem qualquer intervenção aparente das forças de segurança, até a pujança do desfile na manhã seguinte, passando pelos protestos e outros assuntos que abordaremos em seguida.
A reflexão é inevitável: quanta coisa pode acontecer a partir da assinatura de um decreto!
Imagine
Impossível não pensar como esta cidade poderia estar se “a caneta” tivesse sido sempre utilizada em favor do bem coletivo.
Se não houvesse vazamentos de recursos, se não houvesse egoísmos infiltrados, mentiras e explorações.
Se não houvesse compra e venda de votos, se não houvesse troca de apoio por cargos e favores.
E se não houvesse uma grande parcela disposta a se vender também.
Resistência
Que força a dessa gente que desfilou da melhor forma possível, muitas vezes como forma do mais elevado protesto.
Gente que inventou tempo para conseguir ensaiar, que gastou dinheiro do próprio bolso, e fez tudo isso como um ato de amor e resistência.
Gente que não agiu em apoio a ninguém, mas numa demonstração de que, não importa o que aconteça, o amor pela cidade é maior.
Arrepiante
Não foram todos, evidentemente.
Mas foram muitos.
E o recado foi de arrepiar.
Riqueza
O elogio a quem se esforçou por desfilar apesar de eventuais desconfortos não diminui a importância das manifestações de quem optou por protestar de maneira convencional, de quem se manteve alheio à festa, de quem saiu de casa para ver um dia histórico, ou de quem desfilou sem qualquer embaraço político.
Todos compomos a cidade, e a riqueza dela é fruto justamente de nossa diversidade.
Pequenez
Por isso mesmo, resta pouco a ser dito a respeito de quem tem se esforçado por calar vozes destoantes.
Alguém poderia interpretar como um sintoma de consciência pesada, mas o fato é que não é necessário adjetivar, por exemplo, o posicionamento e o isolamento em torno do palanque oficial.
Diante de atestado tão claro, palavras se tornam redundantes.
E agora?
O calendário nos diz que hoje é 17 de maio.
As festas ainda vão durar mais alguns dias, mas o terceiro século já começou e é hora de fazer melhor do que foi feito até aqui.
É hora da população cobrar mais e se corromper menos.
E é hora da Justiça honrar todo o respeito que lhe é reservado e colocar fim ao riso debochado de quem ainda aposta da impunidade.
Exemplo
Por uma feliz coincidência, 16 de maio é também o dia dedicado aos garis.
Pois que essa classe tão séria e importante nos sirva de exemplo, então.
Afinal, não nos falta o que limpar.
Massimo
Massimo
Coluna diária sobre os bastidores da política e acontecimentos diversos na cidade.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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