Nesta quarta-feira, 27, acontece o Friburgo Stand-Up Comedy, que permitirá conferir as apresentações despojadas dos humoristas Cláudio Torres Gonzaga e Léo Lins. Na chamada “comédia em pé”, sem contar com apoio de maquiagem, figurino, luz ou atores coadjuvantes, o comediante atua de pé, diante da plateia, contando apenas com o microfone e o texto, que é escrito por ele mesmo.
A dupla Cláudio e Léo tem larga experiência no campo do humor. Léo Lins recentemente foi destaque no quadro Quem chega lá, do Domingão do Faustão. Já Cláudio Tores, premiado ator e diretor de teatro, trabalhou como redator em programas como Sai de Baixo, Escolinha do Professor Raimundo, Malhação e Zorra Total (no qual foi chefe de redação por cinco anos). Agora integram o Clube de Comédia em Pé.
Formado por um grupo de comediantes cariocas, o Comédia em Pé trouxe para o Rio o Stand-Up Comedy, um formato de show consagrado nos Estados Unidos (um dos grandes expoentes do gênero é o comediante Jerry Seinfeld, que em sua série de tevê abria e fechava o programa contando piadas ao microfone), normalmente focado em situações comuns, pequenos tópicos de observação com tiradas inteligentes e capazes de provocar o riso. As apresentações costumam ocorrer em teatros, bares, casas noturnas, cafés e qualquer lugar com um microfone. O clube, inclusive, conta com alguns mandamentos, estabelecendo que o comediante deve se apresentar sempre sozinho, com texto próprio, sem apelar para truques como trilha sonora, sonoplastia, figurinos ou marcação de luz, além de estimular os testes de novos materiais de humor.
O Comédia em Pé costuma receber a visita de colegas de outras cidades ou grupos, que sobem ao palco para uma canja. Gente como Chico Anysio, Heloísa Perisse, Bruno Mazzeo e Chico Caruso já deram o ar da graça em algumas apresentações. O grupo, que está em cartaz no Rio desde 2007, também conta em suas apresentações com uma atração à parte: o Mico Aberto, um momento do espetáculo em que um comediante iniciante, selecionado por inscrição prévia, é convidado a se apresentar por três minutos.
O espetáculo começa às 21h, no teatro municipal da Praça do Suspiro. Os ingressos podem ser adquiridos na Fluir Presentes, na Avenida Alberto Braune, e na Livraria Sideral, no segundo piso do Cadima Shopping, a R$ 10 (servidores da Prefeitura, estudantes e maiores de 65 anos) e R$ 20. 16 anos.
O dogma da Comédia em Pé
Numa espirituosa releitura do “Dogma 95”, criado pelos cineastas dinamarqueses Lars Von Trier e Thomas Vinterberg por um cinema menos comercial, o grupo criou seu próprio dogma.
1- O comediante só pode se apresentar sozinho. Jamais em dupla ou grupo.
2- Só é permitido se apresentar com texto próprio. Não pode usar piadas que já caíram em uso popular ou foram recebidas pela internet. Muito menos usar aquele truque muquirana de contar a anedota como se o fato tivesse acontecido de verdade, tipo “eu tenho um tio português...”.
3 - Não pode fazer personagem. Também não vale transformar a si mesmo em personagem ou usar figurinos engraçados. Use roupas que você usaria normalmente, no dia a dia.
4 - Evitar contar casos. O material deve ser preferencial de tópicos de observação.
5- Deixar bem clara a persona de cada um. Não tente fingir ser quem você não é. Seja você mesmo, sempre. Se você é mal humorado, seja assim no palco, por exemplo. E se em determinado dia você estiver de saco cheio, assuma; se estiver eufórico, idem; assuma o seu estado diante da plateia.
6- Não é permitido o uso de trilha sonora ou qualquer tipo de sonoplastia.
7- Não é permitido fazer nenhuma marcação de luz. Use apenas a iluminação básica do palco.
8- Não é permitido o uso de cenografia ou adereço.
9- Os comediantes podem e devem testar material novo diante da plateia. Vale desde improvisar tendo apenas o tópico em mente, até ler as piadas, caso não estejam decoradas ainda.
10- Não forçar a barra. Se você tem apenas cinco minutos de material, faça uma apresentação de cinco minutos e saia. Tudo bem, não enrole. As apresentações, aliás, serão sempre de 5, 10 ou 15 minutos.
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