(SECOM) - A programação em homenagem ao 191° ano de Nova Friburgo, no sábado, 16, foi em clima de noite de inverno, quando a Orquestra Sinfônica Jovem Mariuccia Iacovino, de Campos, se apresentou na Praça Dermeval Barbosa Moreira. Formada por 80 integrantes e sob a regência do maestro Luís Maurício Carneiro, o concerto foi aplaudido efusivamente pelo público.
Trazida à cidade pela Prefeitura de Nova Friburgo, através da Secretaria de Cultura, em parceria com a Dell’Arte Soluções Culturais, a orquestra apresentou repertório especial para comemorar a data, com a Abertura Cavalaria Ligeira (F. von Suppée); Dança Húngara N.5 (J. Brahms); Marcha Eslava (P. Tchaikovsky); Danúbio azul (J. Strauss); Marcha Radetzky (J. Strauss); Abertura Festiva (D. Shostakovich) e Aquarela do Brasil (Ary Barroso).
Música: arte poderosa
Antes de iniciar a apresentação, o maestro fez questão de ressaltar a iniciativa do governo municipal em prestigiar o público friburguense com a apresentação da orquestra, que trazia músicas clássicas, porém populares, além da consagrada Aquarela do Brasil. E já na primeira música (Abertura Cavalaria Ligeira), o público aplaudiu e entendeu a mensagem do maestro.
Para a apresentação da Marcha Eslava, o regente sugeriu que as pessoas ignorassem o que estavam vendo e deixassem se envolver pela música, por considerá-la uma arte poderosa, que toca o ser humano sem pedir permissão. E todos, em silêncio, pareciam atender ao pedido e se encantar com a emoção de cada acorde. Só se percebia o acompanhar do som, através de pequenos balanços com os pés ou parte superior do cor po. Nesse momento, o prefeito Heródoto Bento de Mello, que acompanhava o concerto próximo à tenda montada para a técnica do som, fez questão de chegar mais perto da orquestra.
Em seguida a orquestra apresentou Danúbio Azul e, ao final da música, uma voz masculina gritou: “Lindo!”. Era Cláudio Nascimento Arruda, que estava acompanhado de sua irmã Rosimeri. Entusiasmado com o concerto, Cláudio, de aparência simples e pouco mais de 30 anos, que estava bem próximo ao palco, falou baixinho para não atrapalhar a apresentação seguinte: “A cidade precisa de oportunidades como esta, de ouvir músicas clássicas. Estou emocionado. E não falo só por mim; tenho a certeza de que todas as pessoas estão carentes de eventos como este. Minha vontade é sair dançando”, confessou.
Prefeito rege orquestra
Para apresentar a Marcha Radetzky, de Strauss, o maestro solicitou a presença de uma pessoa da plateia. E convidou para subir no palco “um senhor que usava chapéu”: era o próprio prefeito Heródoto. Após agradecer o convite para se apresentar na cidade, Luís Carneiro comentou sobre as tradicionais bandas mais do que centenárias de Nova Friburgo, inclusive porque alguns músicos friburguenses já fizeram parte da orquestra, o que aumentava sua responsabilidade naquela ocasião.
Em seguida, fez o convite ao prefeito para que regesse a orquestra. O maestro lhe entregou a batuta e o convidou a subir no palco. Visivelmente encabulado, o prefeito Heródoto ameaçou descer, pois não saberia realizar tal tarefa, mas acabou aceitando o desafio. E com uma das mãos no bolso de seu casaco, regeu, e foi acompanhado também por palmas. O maestro, então, brincou com o prefeito, chamando-o de “o mais novo maestro da orquestra”. Simpático como sempre, o prefeito, ao microfone, lançou um desafio: “Vamos fazer uma orquestra sinfônica para os 200 anos de Nova Friburgo”.
Para a apresentação da peça Abertura Festiva, a orquestra contou com a participação do público que, orientado pelo maestro, bateu palma nos momentos certos. O concerto, que durou cerca de 90 minutos, se encerrou com Aquarela do Brasil, uma verdadeira performance dos músicos que, além de tocarem, dançaram em ritmo do tradicional samba, animando ainda mais o público, que pediu bis.
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