A ovelha negra pode ser a nova branca

Você já se sentiu ovelha negra? Já se sentiu diferente de todo mundo? Já teve a sensação de que não pertence plenamente a lugar ou grupo nenhum? Já se sentiu o esquisitão? Aquele eterno inadequado? Se sim, mesmo que às vezes somente, bem vindo ao clube. Acredito que todo mundo, uns mais e outros menos, já se sentiram peixe fora d'água temporária ou permanentemente.

Por que será que nos sentimos assim? Será que somos mesmo mais inadequados? No caso das ovelhas negras, será mesmo que isso deve afetar nossa autoestima e felicidade negativamente? Ou seremos nós a nova ovelha branca?  Eis alguns pontos, formulador sem total convicção, que gostaria de compartilhar:

- Será que a sensação de não pertencimento ou de ser ovelha negra na família por exemplo, não é um sentimento 100% nosso que nada tem a ver como os outros nos vêem, ou será que realmente somos vistos de forma diferente e colocados numa outra prateleira?

- Será que provocamos a nossa esquisitice inconscientemente para nos sentirmos excluídos e assim nos colocarmos no colo da auto comiseração?

- Ou será bem mais simples que isso? Pode ser que sejamos simplesmente diferentes, autênticos e convictos de nossa singularidade e estejamos de boa com isso! Por que o que não se enquadra é o problemático maior? E se forem todos os outros?

- Quem sabe a ovelha goste mesmo de ser escura, de fazer coisas diferentes, de curtir poucos e preciosos amigos tão escuros quanto ela? Afinal, a boa saúde está em se relacionar e interagir com qualidade e não com quantidade de pessoas.

Bem, ovelhas negras ou brancas,  sigamos na cor que nos faça mais felizes, sem muita problematização ou tristeza. Radiohead em sua canção diz que queria ser especial mas é um weirdo, uma aberração, e que não pertence a este lugar. Faltou a ele entender o que disse anteriormente: como se saíssemos da ficção machadiana, pode ser que todos sejam os inadequados e o freak ou peixe fora d’água seja aquele lindo peixinho dourado que todos querem ter. Vai saber.

A ovelha negra pode ser, definitivamente, o novo branco.