Pela 1º vez reunidos, os 4 mestres de bateria das escolas friburguenses

Percussionista Rocyr Abbud conduz entrevista inédita no estúdio de A VOZ DA SERRA
quinta-feira, 25 de janeiro de 2018
por Adriana Oliveira

Por intermédio do percussionista Rocyr Abbud, A VOZ DA SERRA abre o carnaval 2018 com um feito inédito na imprensa friburguense: reunir de uma só vez, no estúdio do jornal, os mestres de bateria das quatro escolas de samba de Nova Friburgo: Fred (Imperatriz de Olaria), Wandinho (Unidos da Saudade), Negrety (Vilage do Samba) e Arilson (Alunos do Samba), que comandam, respectivamente, a Suingue Total, a Treme-Treme, a Sinfônica da Vila e a Terremoto da Serra.

Amigos dentro e fora das quadras, os quatro têm muito em comum, além da paixão pelo samba e da simpatia denotada pelo riso fácil: todos começaram a batucar ainda meninos, em latinhas de leite ninho, e tornaram-se diretores de bateria já na adolescência. As diferenças eles guardam nos instrumentos com os quais se iniciaram no mundo do carnaval: enquanto Fred e Arilson começaram pelo repique, Negrety escolheu a caixa e Wandinho, o chocalho.

Nesta conversa, gravada na tarde desta quinta-feira, 18, e conduzida por Rocyr - que atuou durante 15 anos na Grande Rio ao lado do mestre Odilon e fundou blocos em Friburgo e no Rio -, eles falam da presença cada vez mais marcante de mulheres nas baterias (chegam a 30% dos ritmistas da Saudade), explicam como será a configuração na avenida este ano e revelam segredos como o processo de criação de bossas (ou “paradinhas”): muitas delas surgem em pleno banho ou durante o sono, em forma de sonhos. “O segredo é anotar ou gravar logo, senão nem com a ajuda de Chico Xavier você consegue se lembrar depois”, diz Fred, com a concordância de Wandinho.

Entre imagens gravadas por Rocyr nos últimos ensaios nas quadras de Friburgo, nossos mestres contam ainda suas maiores influências - mestres Marcão, Ciça e Marconi foram alguns dos citados - e os sambas-enredo favoritos do carnaval carioca em 2018: o da Beija-Flor ganhou os votos de três deles, seguido do samba da Unidos da Tijuca.

Confira as configurações de cada bateria:

 

Mestre Fred - Suingue Total (bateria da Imperatriz)

6 diretores

5 surdos de 1ª

7 surdos de 2ª

6 surdos de 3ª

40 caixas

16 tamborins

10 repiniques

16 chocalhos

3 timbales

6 cuícas (tocadas também por crianças)

 

Mestre Wandinho -  Treme-Treme (bateria da Saudade)

4 diretores

9 surdos de 1ª

9 surdos de 2ª

6 surdos de 3ª

40 caixas

10 repiniques

14 tamborins

12 chocalhos

2 timbales

 

Mestre Arilson -  Terremoto da Serra (bateria da Alunão)

5 diretores

6 surdos de 1ª

6 surdos de 2ª

5 surdos de 3ª

36 caixas

15 tamborins

15 chocalhos

8 a 10 repiniques

 

Mestre Negrety - Sinfônica da Vila (bateria da Vilage)

7 diretores

5 surdos de 1ª

5 surdos de 2ª

6 surdos de 3ª

30 caixas

12 tamborins

12 repiniques

 

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