Passado e presente

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018
por Jornal A Voz da Serra

SETE ANOS se passaram da tragédia climática que se abateu sobre todos os friburguenses, promovendo comoção nacional, levando muitos a oferecerem auxílio de todas as formas, numa demonstração de solidariedade que comoveu a todos nós. Porém, mais importante foi o trabalho da comunidade, que em meio ao caos uniu-se para salvar seus conterrâneos, expondo-se também ao risco da morte que varria centenas de pessoas naquela trágica madrugada de 12 de janeiro de 2011.

RELATOS dramáticos de gente que não apareceu na mídia nacional deram conta do realismo da situação anormal vivida na cidade naquele fatídico episódio e as tentativas de se salvar o que puder. A generosidade amiga deu abrigo aos desabrigados, alimentou, agasalhou, acolheu famílias que perderam seus entes queridos e bens materiais. O calor humano friburguense foi posto à prova e mais uma vez revelou a solidariedade do povo e a mão amiga das horas difíceis.

O EXCESSIVO volume de chuva que caiu no município naquela data na Região Serrana superou todas as expectativas, porém, existiam razões para tal. Ou pelo menos algumas razões. Em novembro de 2010, reportagem de A VOZ DA SERRA indagava se o município estava preparado para receber as conhecidas chuvas de verão e todas as suas conseqüências. Não estava, assim como até hoje não estão o Estado do Rio e nem o Brasil.

MUITAS CIDADES brasileiras não possuem estrutura de Defesa Civil e as que as têm não estão aparelhadas com recursos humanos nem financeiros. Por conta da despreocupação, má gestão administrativa e falta de planejamento, sem falar no interesse eleitoral, permite-se a construção desordenada de residências em áreas de risco, sem a mínima assistência técnica e sem a adequada segurança para abrigar famílias.

AINDA temos na lembrança a emoção dos acontecimentos que se abateram sobre nós em 2011. Qualquer chuva forte provoca tensão e medo. Contudo, esperamos que a razão prevaleça e que os friburguenses possam continuar a fazer desta terra um lugar de paz, harmonia e fraternidade, com segurança para morar e viver.

PASSADOS sete anos, cabe ainda ao poder político unir as forças para a continuidade dos trabalhos de reconstrução da cidade. Fragilizada e carente de benfeitorias, Nova Friburgo deve continuar os seus esforços para a melhoria de sua qualidade de vida, planejando novas políticas que levem ao desenvolvimento considerando o meio ambiente e o crescimento sustentável em sintonia com o progresso econômico. Esta é a lógica. 

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