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Um ato de humanidade
Linha do Tempo
“Nenhum gesto de gentileza, por menor que seja, é perdido!”
Profeta Gentileza
Um ato de humanidade
“Diferenças não devem ser motivo de separação, mas sim de fortalecimento. Essa é a mensagem central do Dia Internacional da Tolerância.
Em um mundo de rápidas mudanças, em sociedades que são cada vez mais diversificadas, somos lembrados todos os dias da necessidade da tolerância. Os laços que conectam as pessoas e as sociedades multiplicaram-se, assim como as oportunidades de desentendimentos e tensões. Com a maior proximidade surgem mais ameaças que são exploradas por aqueles que buscam aprofundar cisões. O local está a um clique do global na era digital, o que cria novas e imprevisíveis vulnerabilidades em todas as sociedades.
Nesse contexto, o chamado à tolerância nunca foi tão forte – e, ainda assim, a tolerância é frequentemente mal compreendida. Tolerância não é indiferença a outros. Nem mesmo implica a total aceitação de toda crença e comportamento. Tolerância não significa menor comprometimento com as próprias convicções ou fraqueza de propósitos. A tolerância não é condescendente; ela não comporta a perspectiva implícita de que uma posição é superior a outra. A tolerância é tampouco inata, ou uma qualidade que alguns recebem enquanto outros são dela destituídos.
A tolerância é um ato de humanidade. Ela é guiada por direitos humanos universais e liberdades fundamentais. Significa reconhecer a dignidade de outros como a base de sua própria. A tolerância é uma habilidade a ser cultivada e ensinada. Nunca deve ser dada como certa, pois é um compromisso a ser aprendido e renovado todos os dias.
Essa é a missão da UNESCO - fomentar a solidariedade entre as fronteiras, entre todos os povos, fortalecer a humanidade como uma única comunidade reunida em torno de valores comuns. Trabalhamos por meio da educação para ensinar tolerância e entendimento a crianças, além do significado de ser cidadão global – e a nova iniciativa Educação em Primeiro Lugar do secretariado-geral das Nações Unidas é importante nesse contexto. Protegemos o patrimônio cultural e a diversidade como fontes de pertencimento e pontes para o diálogo.
Canalizamos o poder das ciências para compartilhar os benefícios do progresso com todas as sociedades. E promovemos a liberdade de expressão para permitir que todos se pronunciem e sejam ouvidos. Agimos de todas essas maneiras para ajudar as pessoas não somente a viver juntas, mas a prosperar juntas.
A globalização não deveria somente ampliar conexões, mas também aprofundar nosso senso de humanidade, especialmente em uma época de crise econômica, em que o ódio é alimentado pela injustiça e amplificado pela ignorância. Devemos inventar novas maneiras de fortalecer os laços que nos unem. Devemos estender a mão a jovens mulheres e homens, que carregam o maior fardo da mudança.
A tolerância é uma maneira de desarmar o medo, de abrir o mundo para melhores mudanças e lançar as bases para a paz duradoura. Essa é a mensagem da UNESCO hoje”.
Irina Georgieva Bokova, diretora-geral da UNESCO, primeira pessoa da Europa Oriental a ocupar este cargo das Nações Unidas.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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