Um grupo de mais de 200 estudantes e funcionários do Instituto Politécnico da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (IPRJ-Uerj) realizou na tarde desta quarta-feira, 8, uma manifestação na Praça Dermeval Barbosa Moreira, no Centro de Nova Friburgo. Com cartazes em mãos, eles protestam em defesa da universidade.
Entre os principais motivos para o ato estão os atrasos nos pagamentos de salários e de benefícios como o 13º do ano passado e as bolsas estudantis. Com o slogan “Nós existimos e resistimos”, em Friburgo, centenas de pessoas são esperadas no ato desta quarta, que será aberto a toda a população.
“Meu programa atingiu nota 6 na avaliação da Capes, o que o coloca em nível internacional e um dos melhores do país. Apesar disso tudo, temos visto como o governo tem tratado a Uerj. Este é um momento pelo qual devemos lutar pela educação pública de qualidade no estado do Rio”, declarou o estudante do programa de pós graduação em modelagem computacional do Instituto Politécnico (IPRJ), Fábio Souza, em vídeo de apoio a universidade que circula nas redes sociais.
No último ano, pelo menos cinco paralisações foram promovidas na Uerj. A última delas, ainda em vigor, começou em outubro. Segundo a Associação de Docentes (Asduerj), além da regularização de salários e benefícios, os docentes defendem a isonomia com as outras categorias do funcionalismo estadual, no que diz respeito ao calendário de pagamento; convocação de aprovados em concurso; cumprimento das promoções e progressões; e restabelecimento do calendário para ativos, inativos e pensionistas.
Ainda sem os benefícios e os salários de agosto, no último dia 30 de outubro, em assembleia realizada no Rio, os docentes decidiram manter o adiamento do ano letivo, ainda referente ao primeiro semestre de 2017. No IPRJ, professores estão divididos. Alguns aderiram à greve e outros tem dado aulas normalmente.
Para os estudantes, a situação também é delicada. “Ninguém leva em conta que um aluno paga aluguel, alimentação, tem gastos com luz, água, gás, e outros tantos. Para quem mora em outra cidade e fica aqui durante a semana para estudar é um grande problema. Além disso, a demora para se formar em uma faculdade só prejudica a gente que tem o sonho de conseguir um diploma por uma universidade pública”, afirmou recentemente um dos representantes dos alunos na Uerj, Arthur Moura.
A grave crise da Uerj não atinge apenas docentes e estudantes, técnicos administrativos, vigilantes e auxiliares de serviço geral também sofrem com o atraso no pagamento de salários. Em Nova Friburgo, os mais de 30 funcionários terceirizados de empresas de vigilância e serviços gerais, que atendem a universidade, estão há três meses sem receber salários.
Nesta sexta-feira, 10, professores da universidade também participam do dia nacional de paralisações e greves. A próxima assembleia docente da Uerj foi marcada para o próximo dia 14, terça-feira, às 14h.
13º só em 2018
O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, declarou recentemente a possibilidade de adiar o pagamento do 13º salário de 2017 para 2018. Com data limite para pagamento no dia 20 de dezembro, o abono natalino pode ser quitado apenas em janeiro. A notícia chegou mesmo após a contratação do empréstimo de R$ 2,9 bilhões, que deve ser recebido parcialmente ainda este mês.
Nas próximas semanas, o governo espera encerrar, ao menos, a dívida que possui quanto aos salários mensais e ao 13º de 2016. A dívida já alcança R$ 1,8 bilhão. A promessa de Pezão é de depositar tudo o que é devido até o fim de novembro.
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Friburgo tem protesto na praça em defesa da Uerj
Atrasos no pagamento de salários e benefícios como o 13º do ano passado e de bolsas estudantis motivaram ato
quarta-feira, 08 de novembro de 2017
por Jornal A Voz da Serra
O protesto na Praça Dermeval Barbosa Moreira (Foto de Alessandro Rifan)
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