A maioria dos participantes da Associação dos Docentes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Asduerj) decidiu em assembleia nesta quarta-feira, 4, manter a greve da categoria, iniciada no dia anterior. De acordo com a Asduerj, mais de 480 professores participaram da assembleia, realizada na capela ecumênica da instituição, no campus do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Ainda segundo a Asduerj, os professores pleiteiam, entre outras reivindicações, o pagamento dos salários de agosto. Além disso, os docentes defendem a "isonomia com as outras categorias do funcionalismo estadual, no que diz respeito ao calendário de pagamento". Não apenas os professores da Uerj decidiram pela paralisação. Os servidores técnico-administrativos também estão em greve. A universidade sofre atualmente com as faltas de repasse e a impossibilidade de realizar pagamentos a professores, funcionários e bolsistas.
Em Nova Friburgo, os professores e técnicos do Instituto Politécnico (IPRJ), campus local da Uerj, estão divididos. Alguns já aderiram à greve e outros admitem que irão continuar a dar aulas normalmente. O período letivo, relativo ao primeiro semestre, teve início somente no último dia 21 e está previsto para ser encerrado no final de dezembro.
De acordo com o técnico universitário da Uerj/IPRJ, Ricardo Hudson, “a adesão à greve se dá em função do descaso do governo estadual em fazer repasse das verbas de custeio para universidade e o descaso no pagamento dos salários dos funcionários da universidade. Existem muitos segmentos estaduais que estão com salários em dia, ou seja, já receberam salários de setembro e os funcionários da UERJ nem os de agosto foram quitados. Esse e outros fatos de descaso com a universidade calçam adesão à greve. Pois a cada dia que passa fica insuportável. Nós sobrevivemos do salário proveniente de nosso trabalho, nós estamos trabalhando e não estamos recebendo e nem temos previsão, fica insustentável".
Além dos professores, os alunos se queixam dos prejuízos gerados por sucessivas greves. De acordo com Arthur Moura, representante dos alunos na Uerj, os mais prejudicados são os estudantes que não moram em Friburgo. “Ninguém leva em conta que um aluno paga aluguel, alimentação, tem gastos com luz, água, gás, e outros tantos. Para quem mora em outra cidade e fica aqui durante a semana para estudar é um grande problema. A greve prejudica muito esse estudante. Mais um mês de greve é mais um mês de gastos. Além disso, a demora para se formar em uma faculdade só prejudica a gente que tem o sonho de conseguir um diploma por uma universidade pública”.
A greve iniciada na última terça-feira, 3, não tem previsão para terminar e deixa os alunos confusos. “Como alguns professores vão aderir a greve e outros não, as informações até agora ficam perdidas. Tem gente que vai ter prova amanhã de professor que continua dando aula, mas ao mesmo tempo, outras matérias estão estagnadas porque outro professor aderiu a paralisação”, explica Arthur. No Facebook, Moura, através do perfil do Centro Acadêmico do IPRJ, comunicou aos alunos da decisão de ontem e divulgou uma lista que será a atualizada a todo instante com os professores que vão continuar a dar aulas e quem vai entrar em greve.
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