Festa alemã marca comemoração aos 185 anos da imigração alemã em Nova Friburgo/Brasil

segunda-feira, 04 de maio de 2009
por Jornal A Voz da Serra

Nova Friburgo estará em festa no fim de semana (1º, 02 e 03 de maio), desta vez, com as comemorações aos 185 anos da chegada dos pioneiros colonos alemães na cidade e pela fundação do primeiro templo luterano da América Latina. Em uma realização da Prefeitura de Nova Friburgo, através das Secretarias de Turismo, Comunicação Social e Cultura, e do Centro Cultural Teuto-Friburguense (CCTF) – colônia alemã -, a festa típica alemã terá abertura na sexta-feira, 1º, Dia do Trabalho, e encerramento no domingo. O palco principal da festa será a Praça das Colônias, no Suspiro.

A abertura das festividades está programada para a sexta-feira, 1º, com almoço no restaurante Viva Rô (instalado no próprio local do evento e que funcionará até às 22 horas). Nos dias 1º e 2, além do restaurante funcionando (a partir das 12h), das 14h às 18h30, a banda Spiel und Charm se apresentará mostrando música típica e dançarinos do grupo Koblenz; entre às 19h e 22h, a Banda Bier Fest promete muita animação.

No domingo, 03, às 9h, haverá hasteamento de bandeiras na panóplia da Praça das Colônias, Suspiro, com recepção ao vice-cônsul alemão, Marcus Haas, e em seguida Culto Festivo na Igreja Luterana (avenida Galdino do Valle), às 10h30. Na parte da tarde, a programação continua conforme os dois dias anteriores da festa.

Parte da programação da Festa Alemã, na sexta-feira, 1º, às 21h, o pianista Miguel Proença se apresenta no Teatro Municipal de Nova Friburgo, às 21h, e os ingressos podem ser trocados por lata de leite em pó, remédio infantil ou brinquedo, no Centro de Turismo. Nos dias 2 e 3 (sábado, às 21h e domingo, às 20h), os atores Raul Gazolla e Marcos Veras também se apresentam no teatro municipal para fazer a estréia nacional da peça No ar. Os ingressos podem ser trocados por fraldas descartáveis no Centro de Turismo.

Chegada dos alemães Ao Brasil, mais precisamente A Nova Friburgo

A história registrada em vários livros conta que em Nova Friburgo, cidade serrana do Estado do Rio de Janeiro, no dia 03 de maio de 1824, e em São Leopoldo (RS), em 25 de julho do mesmo ano, com diferença de pouco mais de dois meses, chegou ao Brasil a primeira colônia alemã, autorizados pelo então rei Dom João VI a migrar para o país.

Na mesma data, foi então instalada no município e no Brasil a primeira Comunidade Evangélica de Confissão Luterana da América Latina, ocasião em que o catolicismo era a religião oficial da Corte portuguesa, e eram proibidos todos os demais credos religiosos.

Trezentos e quarenta e dois imigrantes alemães, entre homens, mulheres, crianças, jovens e idosos partiram da Alemanha (Den Helder) a 19 de julho de 1823. Somente 170 dias depois, aportariam ao Rio de Janeiro em 14 de janeiro de 1824, após enfrentar tempestades que atrasariam a viajem em 54 dias, tendo sido, inclusive, abordados por piratas.

Inicial e provisoriamente instalados na Armação da Vila Real da Praia Grande (Baleias) que, somente em 1835, passaria a atual denominação de Niterói, a 26 ou 27 de abril iniciaram a viagem a pé serra acima. Exatamente em 3 de maio de 1824 chegavam às terras da então Villa de São João Batista de Nova Friburgo.

Anteriormente destinados à formação das colônias de Leopoldina e Frankenthal, em Almada, no sul da Bahia, os alemães vieram sob a liderança do pastor Friedrich Oswald Sauerbronn, que foi o presidente da Comunidade Luterana até 1864, após ter sido pároco em Becherbach, na Alemanha (1809-1821). O próprio pastor, que enviuvou durante a travessia oceânica, também teria que sepultar, menos de duas semanas após a chegada, o pequeno filho Peter Leopold (nascido durante a viagem), e acabou implantando também o primeiro Cemitério Luterano Evangélico, ainda hoje existente com o nome de Jardim da Paz.

A exemplo da restrição de cultos não católicos, não seria permitido também sepultar a criança, filho de família evangélica luterana, no cemitério da cidade, destinado somente às famílias católicas, segundo as normas da época.

Assim, se a história dos pioneiros colonos alemães registra também sofrimentos, a contribuição do povo alemão para o município é cheia de conquistas e vitórias. Foi a partir da década de 1910 que empresários alemães, inicialmente o conselheiro Peter Julius Ferdinand Arp, depois dele Maximiliam Falck e, mais tarde, por volta de 1925, Carl e Ernest Otto Siemmens, dariam início ao grande processo de industrialização da cidade, a partir das instalações das empresas de energia elétrica e das fábricas Rendas Arp, Ypu e de Filó (posteriormente Triumph International). Essa foi uma das maiores contribuições para o desenvolvimento da Nova Friburgo dos dias de hoje.

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