O Espaço Cultural composto pelas galerias KM7 e Casa de Chico inaugura a exposição Aura, com os artistas Cacau Rezende “Urbanidade” e Mariane Monteiro “Acasos e Escolhas - Estratégia para uma poética”, neste sábado, 12. A KM7, inaugurada em março do ano passado, fica na Rua Margarida Brantes, 265, em Venda das Pedras, Córrego Dantas.
Para o artista plástico Marcelo Brantes, proprietário do espaço, “a arte tem um enorme poder de transformação. É importante na vida de qualquer ser humano e deve ser mais praticada e disseminada. Precisamos ler mais, escrever mais, pintar mais, desenhar mais. Precisamos ver-fazer teatro, ouvir-fazer música, assistir dança-dançar, ouvir canto-cantar, fotografar, filmar, gravar, observar, pensar. Precisamos refletir mais, deixar fluir as sensações, se deleitar com o ‘desmanchar’ das coisas sólidas. Precisamos viver mais poesia”.
É o que ele vem fazendo ao longo de sua vida, e agora mais intensamente na KM7, onde tem investido todo o seu tempo, dinheiro e energia. Tudo o que Marcelo projetou para realizar na área da cultura desde que voltou de longa temporada em Nova York, ele vem concretizando. A exposição Aura é sua mais recente ‘obra’, ocasião em que também será inaugurado o deck Santa Rita, recém-concluído pelo arquiteto Dias Henrique.
Os artistas
Cacau Rezende
Para a crítica de arte Ludimilla Fonseca, a exposição Urbanidade “é o desdobramento dos trabalhos apresentados por Cacau Rezende, na série ‘Desenhos’, de 2013. Desde então, é possível identificar uma marca em sua produção: o gosto pelas cores, pelos traços, pelas linhas. Sua paleta é bastante singular: rica, viva, quase-pop. De modo que as cores não são usadas para “descrever” as coisas, elas bastam-se a si mesmas. E, da mesma maneira, não dá para saber se são as linhas que seguem o artista ou se ele é conduzido por elas. Um fluxo contínuo como a própria malha urbana. Não se trata de linhas que delimitam, mas que apenas surgem. O percurso é por nossa conta”.
Em outro trecho de sua apreciação, Ludimilla acrescenta: “Cacau está em busca de soluções e respostas. Então, pinta um caminho desejável. E faz isso em cores. Muitas cores. Elas revelam seu afeto pelo cotidiano na cidade. Seu interesse está no ir e vir, no entrar e sair. Nos movimentos, usos combinados e distribuídos ao longo dos espaços e tempos. Por isso, a concentração do artista na força do desenho. Labirintos cromáticos e animados que nada se assemelham ao clichê da malha urbana cinza e retorcida”.
Mariane Monteiro
“A primeira reação às obras de Mariane Monteiro apresentadas na exposição Aura é de estranhamento, de inquietude, o que para muitos são resultados de um procedimento geral das artes. Eu diria que o estranhamento e a inquietude se dão de forma mais intensa quando Marinos deparamos com aquilo que é novo, fundante, inaugural. A princípio a obra resiste a rotulações imediatas, a classificação fechada, se colocando num “entre”, num intervalo que parecem não querer que ela pertença a um lugar seu. Impõe de pronto sua singularidade, a originalidade de seu processo e a novidade dos seus resultados no universo das artes visuais”, escreveu o crítico Jorge Duarte, sobre Mariane.
Num envolvente híbrido de escultura e pintura, Mariane construiu para essa exposição uma pequena obra arquitetônica penetrável, misto de oca e iglu, onde expõe toda a delicadeza de suas formas e seu colorido vibrante. Recoberta de pinturas e colagens, externa e internamente, a obra envolve o olhar convidando-nos a percorrê-la, explorá-la e a estar dentro dela, num espaço íntimo, banhados por sua exuberância cromática e pela vibração das formas.
Deixe o seu comentário