Estátuas da Praça agora estão expostas sem agendamento

Peças danificadas por vândalos são restauradas e ganham sala na Fundação Dom João VI, ao lado de outros objetos que compõem acervo do futuro Museu de Nova Friburgo
terça-feira, 18 de julho de 2017
por Dayane Emrich
A sala da Fundação Dom João VI com as estátuas expostas (Fotos: Henrique Pinheiro)
A sala da Fundação Dom João VI com as estátuas expostas (Fotos: Henrique Pinheiro)

As famosas estátuas das quatro estações que ocupavam a Praça Dermeval Barbosa Moreira reapareceram depois de um tempo sumidas. As peças, parte da memória e do patrimônio cultural de Nova Friburgo pelo seu alto valor histórico, tiveram o trabalho de restauração concluído e estão expostas em uma das salas do futuro Museu de Nova Friburgo, no prédio da Fundação Dom João VI, na Praça Getúlio Vargas, no Centro. Agora com um detalhe: não é mais necessário agendar visita, como vinha sendo feito desde dezembro.

Esculpidas em mármore de Carrara pelo francês Mathurin Moreau (1822-1912), as estátuas, que representam a primavera, o verão, o outono e o inverno, ficavam expostas na praça, sendo retiradas em 2013 para reparos, após serem danificadas pela ação de vândalos. Na última delas, a estátua do inverno teve a cabeça arrancada, o que motivou uma série de protestos. Isso sem contar que as imagens vinham sendo constantemente pichadas e já tiveram outras partes quebradas, como mãos e pés.

Durante o processo de recuperação, realizado pelo restaurador George Sliachticas, de Maricá, na Região dos Lagos, foi feita a substituição de parte do mármore por pinos de aço inoxidável escamado. “A revitalização deu trabalho devido às intervenções inadequadas realizadas anteriormente, principalmente por causa dos vergalhões colocados na altura do pescoço das estátuas, que deterioraram o mármore”, disse ele, explicando que as estátuas só podem ser lavadas com sabão neutro, pois o uso de material corrosivo, como cloro, também contribuiu para a degradação das peças, que estavam bastante amareladas.

Aberta ao público no fim do ano passado, a sala do museu conta ainda com outras peças de grande valor histórico-cultural. No local estão expostos o decreto original de criação da cidade, de Dom João VI; o livro de registro dos colonos que chegaram ao município no ano de 1819; a imagem de São Clemente, padroeiro da família do Barão de Nova Friburgo, que só tem duas cópias no Brasil; além de duas cadeiras da mobília antiga da capela de São Clemente, que funcionava onde hoje é o Country Clube.

A sala do futuro Museu está aberta para visitação de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h. “Este espaço funciona como um portfólio, ou seja, tem como objetivo mostrar que a ideia da criação de um museu na cidade é algo viável. Como lugar de memória, o museu resguarda e disponibiliza essas peças a fim de permitir que os usuários se apropriem de sua mensagem e reafirmem a própria identidade como parte integrante dessa história”, disse o presidente da Fundação Dom João VI, Luiz Fernando Folly.

Mais informações sobre o museu, as peças ou a instituição podem ser obtidas pelo telefone (22) 2533-1359 ou pelo site www.djoaovi.com.

 

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