Brasil no negativo

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Brasil no negativo

A queda da receita e o crescimento de gastos obrigatórios, principalmente da Previdência Social, fizeram o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrar o maior déficit primário da história para meses de maio. No mês passado, o resultado ficou negativo em R$ 29,371 bilhões, rombo 83,2% maior que o déficit de R$ 15,478 bilhões registrado em maio do ano passado. No acumulado de 2017, o Governo Central registra resultado negativo de R$ 34,984 bilhões, contra déficit de R$ 23,716 bilhões registrados nos cinco primeiros meses do ano passado. Esse também é o pior resultado para o período.

Desemprego alto

A taxa de desemprego no país ficou em 13,3% no trimestre encerrado em maio deste ano. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa manteve-se estável em relação ao trimestre encerrado em fevereiro. Na comparação com o trimestre encerrado em maio de 2016, no entanto, houve um aumento de 2,1%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta, 30 de junho, pelo IBGE. Esta foi a maior taxa de desocupação para um trimestre encerrado em maio desde o início da série da pesquisa, em 2012.

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O nível de ocupação também atingiu o menor nível da série histórica da pesquisa para trimestres encerrados em maio (53,4%). Em relação a maio de 2016, houve queda de 1,3% (54,7%). Segundo a Pnad, a população desocupada chegou a 13,8 milhões de pessoas, permanecendo estável.

Salário estável

O rendimento médio real habitual do trabalhador brasileiro ficou em R$ 2.109 no trimestre encerrado em maio deste ano. O valor é relativamente estável em relação ao do trimestre encerrado em fevereiro deste ano (R$ 2.102) e ao de abril de 2016 (R$ 2.062). Na comparação com fevereiro, entre os grupamentos de atividade, apenas os trabalhadores domésticos tiveram crescimento no rendimento (1,5%), os demais se mantiveram estáveis.

Ajustes frequentes

A Petrobras aprovou nesta sexta, 30 de junho, uma revisão da política de preços do diesel e da gasolina comercializados em suas refinarias, com o objetivo de aumentar a frequência dos ajustes nos preços, que poderão ser feitos a qualquer momento, "inclusive diariamente". Em fato relevante, a Petrobras disse que a nova política entra em vigor em 3 de julho e "permitirá maior aderência dos preços do mercado doméstico ao mercado internacional no curto prazo e possibilitará a companhia competir de maneira mais ágil e eficiente".

Cartão Reforma

O decreto que regulamenta o Cartão Reforma foi publicado ontem no Diário Oficial da União. O objetivo do cartão é permitir que famílias com renda mensal de até R$ 2.811,00 tenham acesso a recursos públicos subvencionados para que possam fazer reformas de suas moradias. Para participar, o beneficiário deverá ser proprietário do imóvel e morar no local onde será feita a reforma. Terão prioridade famílias cujo responsável seja uma mulher, e que tenham, entre os integrantes, idosos ou pessoas com deficiência.

Contas atrasadas

O número de empresas com contas em atraso e registradas nos cadastros de devedores cresceu 3,35% em maio na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). É a menor variação para os meses de maio desde 2011, início da série histórica. Na comparação com abril, houve uma queda de 0,16%.

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Na avaliação da CNDL, a expectativa é a de que nos próximos meses a atividade econômica se mantenha fraca e os empresários permaneçam cautelosos, devido ao cenário de grande incerteza política. “Isso deve manter o crescimento da inadimplência das empresas em patamares discretos frente à série histórica como um todo”, afirmou.

Reformas necessárias

A aprovação de reformas, em especial a da Previdência, é importante para a sustentabilidade da queda da inflação e dos juros estruturais da economia. A afirmação é do presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, ao participar de evento nesta sexta em São Paulo. “O Brasil tem amortecedores robustos e, por isso, está menos vulnerável a choques internos ou externos. Vários ajustes e reformas aumentaram a confiança e reduziram a percepção de risco. A continuidade nessa direção, em especial com a aprovação da reforma da Previdência e de outras reformas que visam aumentar a produtividade, será importante para a sustentabilidade da desinflação e da queda da taxa de juros estrutural da economia”, disse Goldfajn.

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