O campus regional do Instituto Politécnico da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IPRJ/Uerj) chega aos 20 anos, em Nova Friburgo, em meio à maior crise da história da instituição. Nesta sexta-feira, 23, alunos, professores e demais funcionários e personalidades da região vão se reunir às 14h30 para comemorar a data em uma solenidade na sede do instituto (Rua Bonfim, 25, Vila Amélia). O evento é aberto à comunidade.
“Seguimos com muitas pedras do caminho, mas precisamos comemorar porque muita coisa foi feita nesses anos todos”, disse o diretor do IPRJ, professor Ricardo Barros. “Criamos dois cursos de graduação e dois de pós-graduação muito bem avaliados. Temos um corpo docente e técnico-administrativo de qualidade. O instituto é ativo na extensão. Desejamos que as obras de adequação do prédio [antiga Fábrica Filó] sejam realizadas, mas não sabemos quando isso vai acontecer”.
O governo deve R$ 300 milhões à Uerj. No Instituto Politécnico, os servidores estão recebendo os salários de abril a conta-gotas, não receberam o pagamento de maio e muito menos o 13º salário de 2016. As bolsas de alunos e pesquisadores não caem na conta. Os contratos com fornecedores que cuidam da limpeza e segurança foram renovados, mas não há equipe para a manutenção predial.
As aulas do segundo semestre de 2016 só recomeçaram no último dia 10 de abril com protestos de estudantes e servidores. A longa paralisação atrasou formatura de alunos e início daqueles que passaram no vestibular. Muitos cogitaram se transferir para outra universidade. Nesta semana, a Uerj divulgou que apenas 35,6 mil estudantes se inscreveram para o 1º Exame de Qualificação marcado para o dia 16 de julho. Esse número é menos da metade do número de estudantes que se candidataram a uma vaga no ano passado: 80 mil. “Já esperávamos uma procura mais baixa devido à paralisação na universidade e crise no estado. Esperamos que o interesse dos estudantes volte ao normal quando essa crise terminar”, disse Barros.
Nesta quarta-feira, 21, o Fórum de Diretores da Uerj divulgou uma nota em que repudia o não pagamento dos salários de maio e do 13º de 2016 dos servidores docentes e técnico-administrativos, além das bolsas a estudantes e docentes. A atitude descumpre a liminar obtida na Justiça Federal pela OAB-RJ, que obriga o estado a pagar os salários dos servidores da Uerj junto com os profissionais da Secretaria de Educação. O governo não se manifestou sobre o assunto.
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