Juros podem cair

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Juros podem cair

Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) esperam por corte de 1 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para hoje e amanhã. A expectativa consta do boletim Focus, uma publicação elaborada todas as semanas pelo BC, com projeções para os principais indicadores econômicos. Atualmente, a Selic está em 11,25% ao ano. Para o fim de 2017 e de 2018, a expectativa do mercado financeiro é que a taxa fique em 8,5% ao ano.

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Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.

Pessimismo exagerado

“Nós temos uma tendência, em determinados momentos em que as notícias são todas boas, de colocar um otimismo exagerado, o que é negativo porque leva a decisões equivocadas. Em alguns momentos, um pessimismo exagerado também. É importante serenidade e equilíbrio nesse tipo de situação”, disse o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em encontro com empresários da construção civil, na última sexta-feira, 26, em Brasília..

Segundo o ministro, o país está caminhando com a aprovação de medidas que vão colocar o Brasil no caminho certo. Meirelles refere-se à continuidade das discussões das reformas da Previdência e trabalhista, a aprovação da lei do teto dos gastos públicos e da governança das estatais. “É um momento em que o equilíbrio é importante”, reforçou ele.

Brasileiro não poupa

A maior parte dos brasileiros não poupa dinheiro, segundo o Indicador de Reserva Financeira. O cálculo feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) aponta que 65% das pessoas do país não contam com nenhuma poupança para suas finanças. No mês de março, 76% dos consumidores não conseguiram poupar, contra apenas 19% que conseguiram.

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Considerando os dados separadamente por classe de renda, a proporção de pessoas que fazem poupança foi mais elevada nas classes A e B do que nas classes C, D e E. Na primeira situação, 37% pouparam, contra 60% que não pouparam. Já entre aqueles com renda mais baixa, somente 13% pouparam, ante 80% que não reservaram nenhuma quantia. Apesar da diferença, em ambas as classes a maioria não poupou em março. De acordo com Marcela Jawauti, economista-chefe do SPC Brasil, o baixo número de poupadores tem relação direta com a crise econômica, que potencializa a falta de cultura de poupar. Em média, quem conseguiu poupar no mês de março guardou R$ 502.

Microcrédito

Os beneficiários de programas sociais do governo federal, como o Bolsa Família, ganharão um incentivo para tomarem empréstimos com juros baixos. O Conselho Monetário Nacional (CMN) alterou as regras de destinação dos 2% dos depósitos à vista que os bancos são obrigados a destinar a empréstimos de microcrédito.

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Pelas novas regras, os saldos das operações de microcrédito produtivo orientado, que financiam a abertura de pequenos negócios, poderão ser multiplicados por dois na hora de avaliar o cumprimento da exigência mínima de 2%. Para cada R$ 1 emprestado, a instituição financeira poderá registrar R$ 2 no Banco Central. Valerá a partir de julho e poderá ser aplicado apenas em operações de crédito com tomadores registrados no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.

Indústria otimista

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) subiu 1,1 ponto em maio ante abril, alcançando 92,3 pontos, o maior nível desde abril de 2014 (97 pontos), informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo a coordenadora da Sondagem da Indústria, Tabi Thuler Santos, apesar do avanço no mês, os resultados da Sondagem ainda indicam insatisfação do setor com o momento presente e manutenção de elevados níveis de ociosidade. “As expectativas do setor são um pouco mais favoráveis”, diz.

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A alta na confiança industrial ocorreu em oito de 19 segmentos pesquisados e houve elevação tanto nas expectativas dos empresários quanto no indicador que mede a situação atual. 

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