Greve da Polícia Civil termina com policiais sem o 13º salário

Em Nova Friburgo, registros de ocorrência na 151ª DP voltaram ao normal desde o fim de fevereiro
terça-feira, 11 de abril de 2017
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Henrique Pinheiro)
(Foto: Henrique Pinheiro)

A Polícia Civil suspendeu a greve, iniciada há mais de dois meses, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a paralisação de servidores públicos da área de segurança pública. Na última sexta-feira, 7, o registro de ocorrência começou a voltar ao normal nas delegacias do estado. Em Nova Friburgo, as anotações já estavam parcialmente normalizadas desde o fim de fevereiro. Somente extravio de documentos era registrado no site da corporação.

“A greve nunca foi decretada ilegal. Mas somos servidores públicos e temos obrigação de respeitar as ordens judiciais. Lamentamos, pois trata-se de um direito fundamental que não foi reconhecido aos policiais civis, que lutam por verbas de natureza alimentar, salários, 13º salário e horas extras não pagas”, criticou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Rio de Janeiro (Sindpol), inspetor Márcio Garcia.

Iniciada em 20 de janeiro, a greve dos policiais previa o atendimento apenas dos serviços essenciais, como ocorrências graves e urgentes. Com o direito de greve proibido, a categoria disse que continuará as negociações com o governo do estado, já que o STF também determinou que, a partir de agora, o poder público é obrigado a participar das mesas de negociação com as entidades e sindicatos.

“A Polícia Civil está sucateada e não temos condições de prestar um serviço adequado à população, mas faremos o melhor que podemos dentro das nossas limitações, mas não há condições dignas de trabalho. Os contratos com o pessoal da limpeza e da informática, que é terceirizado, foram encerrados. Estamos sem esse suporte, inclusive, todos os sistemas da Polícia Civil podem sair do ar”, alertou.

Em Friburgo, a situação da 151ª DP não é muito diferente. A greve reduziu pela metade os registros de ocorrência em fevereiro, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP). Foram registrados 333 casos contra 628 no mesmo período do ano anterior. Os agentes só passaram a registrar todas as ocorrências a partir do dia 20 de fevereiro, quando o novo delegado, Marcello Braga Maia, assumiu o posto na delegacia do município.

Diferente de outras categorias do funcionalismo estadual, os policiais civis receberam, nos últimos meses, os salários integrais e em dia, mas entraram em greve devido ao atraso no pagamento do 13º salário do ano passado, dos extras e premiações. O governo do Rio alega que a melhora do quadro depende da aprovação, pelo Congresso Nacional, do projeto de recuperação fiscal dos estados.

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TAGS: Greve | Crise
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