Ó abre alas !

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Fábula

Evoé – Era o grito que as Bacantes formavam para cantar os louvores de Baco

(Dicionário da Fábula – traduzido por Chompré – Ed. Garnier – Paris)

Linha do Tempo

“O povo toma pileques de ilusão com futebol e Carnaval. São estas as suas duas fontes de sonho”. (Carlos Drummond de Andrade)

“Se o amor é fantasia, eu me encontro ultimamente em pleno carnaval” (Vinícius de Moraes)

Ó abre alas !

História

O carnaval é originário da Roma Antiga e, incorporado pelas tradições do cristianismo, passou a marcar um período de festividades que aconteciam entre o Dia de Reis e a quarta-feira anterior à Quaresma. Em Roma, a Saturnália seria a festa equivalente ao carnaval. Nela um “carro naval” percorria as ruas da cidade enquanto pessoas vestidas com máscaras realizavam jogos e brincadeiras.
Segundo outra corrente, o termo “carnaval” significa o “adeus à carne” ou “a carne nada vale” e, por isso mesmo, traz em sua significação a celebração dos prazeres terrenos. Em outras pesquisas, alguns especialistas tentam relacionar as festas carnavalescas com os rituais de adoração aos deuses egípcios Ísis e Osíris.

As Escolas de Samba

A história das tradicionais Escolas de Samba se origina em meados da década de 20. A designação “Escola de Samba”, sugerida pelo compositor Ismael Silva, surgiu devido ao fato de situar no Estácio uma Escola Normal (sendo na época uma das únicas escolas do Rio de Janeiro). Havia uma disputa entre Mangueira, Osvaldo Cruz e outros, e os sambistas da Estácio provocavam dizendo: “Deixa Falar. É daqui que saem os professores”. Assim, originou o nome da primeira escola de samba denominada “Deixa Falar” no bairro Estácio de Sá.

Toda a estrutura das Escolas de Samba é herdada dos ranchos carnavalescos (grupos de pessoas que cantavam e dançavam usando vestimentas vistosas no final do século XIX). Abre-alas, alegorias, mestre-sala, porta-bandeira e até mesmo a apresentação do enredo. A diferença é que enquanto os ranchos utilizavam uma orquestra de sopros convencional para tocar suas marchas, as escolas de samba eram formadas por um grupo de percussão.

Campeãs Rio século 21

2001 – Imperatriz
2002 – Mangueira
2003 – Beija-Flor
2004 – Beija-Flor
2005 – Beija-Flor
2006 – Vila Isabel
2007 – Beija-Flor
2008 – Beija-Flor
2009 – Salgueiro
2010 – Unidos da Tijuca
2011 – Beija-Flor
2012 – Unidos da Tijuca
2013 – Vila Isabel
2014 – Unidos da Tijuca
2015 – Beija-Flor
2016 – Mangueira

Incorretas na boca do povo

Cabeleira do Zezé

“Olha a cabeleira do Zezé / será que ele é? / será que ele é? / será que ele é bossa nova? / será que ele é Maomé? / parece que é transviado / mas isso eu não sei se ele é / corta o cabelo dele! / corta o cabelo dele!”

Nota-se que havia um claro preconceito aos homossexuais e aos homens cabeludos que, em tese, seriam adeptos à sodomia.

Maria Sapatão

“Maria Sapatão, Sapatão, Sapatão / de dia é Maria, de noite é João”

Nos quatro cantos do mundo, a homossexualidade sempre foi motivo de piada, dano ou morte. Houve uma época que a Organização Mundial da Saúde considerava a prática sexual como doença. Tinha até número no CID (Classificação Internacional de Doenças), 

Nega Maluca

“Tava jogando sinuca / uma nega maluca me apareceu / vinha com um filho no colo / e dizia pro povo que o filho era meu / não senhor, toma que o filho é seu / não senhor, pegue o que Deus lhe deu”

Em matéria de romance, as mulheres costumam ficar com a conta, pois se entregam sem reservas. Já os homens pagam pensão judicial ou vão presos.

Maria Escandalosa

“Maria Escandalosa desde criança sempre deu alteração / na escola não dava bola, só aprendia o que não era da lição / depois, a Maria cresceu, juízo que é bom encolheu / e a Maria Escandalosa é muito prosa, é mentirosa, mas é muito gostosa / hoje ela não sabe nada de História e de Geografia / mas seu corpo de sereia dá aula de Anatomia”

É a coisificação da mulher, o culto da mulher objeto, com ênfase às menos inteligentes pois seriam mais receptivas à sedução e ao sexo sem compromisso emocional.

Danada da Cachaça

“Pode me faltar tudo na vida / arroz, feijão e pão / pode me faltar manteiga / e tudo mais não faz falta não / pode me faltar o amor, disso eu até acho graça / só não quero que me falte / a danada da cachaça”

Ainda bem que cachaça não é água.

O teu cabelo não nega

O teu cabelo não nega mulata / porque és mulata na cor / mas, como a cor não pega, mulata / mulata, eu quero o teu amor”

Essa marchinha é considerada uma das mais preconceituosas e polêmicas de todos os tempos. Na estrofe inicial, a negritude é tratada como doença contagiosa. Porém, no restante da letra, a mulata é exaltada feito deusa, uma criatura de outro mundo. 

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