200 anos: passando a limpo a história

A história é para ser contada. Não é incomum que com o tempo muita coisa possa ser deturpada. Há a história dos vencidos e a dos vencedores. Há a história que convém e a que é omitida segundo determinados interesses. Mas há também a história resgatada pelos historiadores e pesquisadores, que debruçados sobre livros, gravuras, fotos, narrativas, documentos, recompõe os fatos e os traduz, reconstituindo-a distanciada da paixão do momento em que tomou determinada forma.

Digo isso para elogiar o trabalho da historiadora Janaína Botelho e o seu artigo na edição de A VOZ DA SERRA na última quinta-feira, 16, sob o título: “200 anos: passando a limpo a história”. Nele ela se debruça sobre versões dadas a história da nossa cidade e erros históricos cometidos. O texto toca em pontos que poderão gerar certa discordância por alguns, visto Nova Friburgo ser uma cidade com características muito conservadoras, diria até elitista.

A abordagem é corajosa, toca em mitos sem ser agressivo. Ajuda a trazer luz e reflexão sobre as nossas origens. Desconstrói supostas verdades. A história é assim, viva. Pode servir como fonte de inspiração, melhora da auto-estima de um povo, mas pode ser também a arma ideológica de desconstrução do outro, de discriminação, preconceito e exclusão.

Podemos aprender com os erros. Podemos simplesmente ignorá-los. Mas não devemos deixar de estudar e de conhecer a fundo a nossa história.

Cláudio Damião (ex-vereador) – claudiodamiao.nf@gmail.com