O artista que saiu de Nova Friburgo para brilhar na Sapucaí

Em cartaz na Usina Cultural a expo “Olhar Suíço de Clóvis Bornay”
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017
por Jornal A Voz da Serra
(Fotos: Regina Lo Bianco)
(Fotos: Regina Lo Bianco)

Ele foi carnavalesco das escolas de samba Salgueiro, em 1966, Unidos de Lucas em 1967, 1968 e 1969, Portela em 1969 e 1970, Mocidade em 1971 e 1972, Unidos da Tijuca e Viradouro, em 1973. Com a Portela ganhou o campeonato de 1970 com o enredo "Lendas e Mistérios da Amazônia", reprisado no desfile de 2004.

Esta figura ímpar e inesquecível nasceu em janeiro de 1916, em Nova Friburgo, e se chamava Clóvis Bornay. Sua vida foi uma verdadeira apoteose: era amado pelos amigos e admirado pelo público. Museólogo por formação, foi funcionário do Museu Histórico Nacional e atuou em diversas entidades culturais. Casou-se com uma amiga para ter o direito de amparar, legalmente, suas três filhas, às quais deu segurança e principalmente, amor. Bornay foi campeoníssimo nas passarelas, na avenida e na vida.

Na juventude, na década de 1920, Clóvis descobriu o carnaval. Em 1937, aos 20 anos e já vivendo no Rio, convenceu o diretor do Teatro Municipal a instituir bailes de carnaval de gala com concurso de fantasias, inspirado no modelo dos bailes de Veneza. No mesmo ano estreou na passarela com a fantasia "Príncipe Hindu" e ficou em 1º lugar. Foi o primeiro título de muitos, seguidamente.

Nunca mais parou. Considerado referência em fantasias, a cada ano ele criava novos elementos e ganhava quase todos os concursos que disputava. Difícil de ser superado, acabou sendo declarado hors concours, para dar chance aos outros concorrentes.

Criou a figura do destaque - pessoa luxuosamente fantasiada, conduzida do alto de um carro alegórico, quesito tornado obrigatório posteriormente por todas as escolas. Ao longo de seus 77 anos de carnaval (69 em desfiles), Clóvis virou símbolo do que havia criado: sempre destaque dos desfiles.

Algumas de suas fantasias estão expostas no Brasil e são acervo de outros museus no exterior. Pela importância de seu trabalho, foi laureado com o título de cidadão honorário de Louisiana (EUA) em 1964. E em 1966, recebeu a Medalha Tiradentes da Alerj, devido à relevância de sua contribuição para o enriquecimento da cultura do Estado do Rio.

A Associação Nova Friburgo-Fribourg, Energisa e Fundação Cultural convidam para a exposição Olhar Suíço de Clóvis Bornay - A Suíça na Sapucaí, enredo da escola de samba Unidos da Tijuca no carnaval de 2015, em uma homenagem póstuma ao artista morto em 2005. Visitação de 10 a 22 de fevereiro, das 13 às 18h. Na Usina Cultural Energisa, Praça Getúlio Vargas 55, Centro.

 

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TAGS: carnaval | exposição | Clóvis Bornay
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