O papel do rádio em emergências humanitárias e situações de desastre

Artigo de Irina Bokova, diretora geral da Unesco, destaca a importância do rádio em situações como a ocorrida em nosso município, em 2011.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017
por Jornal A Voz da Serra
Irina Bokova, diretora geral da Unesco (Foto: Divulgação)
Irina Bokova, diretora geral da Unesco (Foto: Divulgação)
"O Rádio é você!" é o tema deste ano para celebrar o Dia Mundial do Rádio, comemorado no dia 13 de fevereiro. No entanto, optamos por publicar neste espaço o artigo referente ao tema  de 2016, que abordou tragédias climáticas no mundo e a importância  do rádio em situações como a ocorrida em nosso município, em 2011.

A simplicidade e o baixo custo, tornam o rádio um meio que promove a vida em comunidade”

Irina Bokova

"Em todo o mundo, aumentam os casos de emergências humanitárias e desastres, com terríveis consequências para vidas humanas e, por vezes, reduzindo anos de desenvolvimento a nada.

No meio das ruínas e diante de uma emergência, com frequência, o rádio é o primeiro meio para a sobrevivência. Sua durabilidade é uma vantagem incomparável, permitindo muitas vezes que resista a choques e retransmita mensagens de proteção e prevenção para a maior quantidade possível de pessoas, de uma forma melhor e mais rápida do que outros meios de comunicação e, com isso, salvando vidas.

Sua disponibilidade, simplicidade e baixo custo também tornam o rádio um meio que promove a vida em comunidade, oferecendo uma forma de fortalecer os laços sociais e assegurar a participação das pessoas em programas humanitários, bem como nas discussões que lhes servem de base. Inúmeros relatos de vítimas descrevem como o rádio permitiu que famílias separadas se reencontrassem, retomassem o contato e readquirissem a esperança. As rádios comunitárias são o exemplo perfeito desse processo e, por isso, devem ser apoiadas.

O poder do rádio também depende dos jornalistas, que estão entre as primeiras pessoas a chegar aos lugares para testemunhar os eventos e dão voz a atores e vítimas locais, para aumentar a conscientização e mobilizar recursos, sem o que não é possível ter ações humanitárias efetivas. Eles desempenham um papel crucial na apresentação dos fatos, evitando o sensacionalismo e a manipulação no debate público. É por isso que nada deve ser questionado no que diz respeito ao direito à informação ou à segurança dos jornalistas.

A Unesco estabeleceu sistemas de alerta para tsunamis, inundações e secas, assim como sistemas de monitoramento de terremotos e deslizamentos de terra. A Organização oferece assistência técnica, em todo o mundo, para todos os tipos de risco. Quando sítios protegidos se encontram em perigo, a Unesco entra em cena para salvar as referências culturais e históricas. Em todos esses âmbitos, e por sua capacidade de informar, retransmitir mensagens e contribuir para o debate e a reflexão, mesmo em tempos de crise, o rádio é um aliado indispensável.

Hoje, nós chamamos autoridades públicas e partes interessadas em desenvolvimento e ação humanitária para fortalecer os vínculos entre o rádio e as respostas emergenciais, para que as vozes de homens e mulheres, vítimas, equipes de salvamento e jornalistas, que nós ouvimos nestes momentos em rádios transistorizados, telefones celulares e computadores, sejam as vozes da vida e da esperança..."

Irina Bokova, diretora geral da Unesco

 

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TAGS: Dia Mundial do Rádio | Unesco
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