Lixo urbano em ritmo de carnaval

Nova Friburgo é um município que possui, indiscutivelmente, belezas naturais singulares; no entanto, é triste perceber que não receba o cuidado que merece. Dentre os muitos fatores que concorrem para esse descaso, encontra-se a imensa quantidade de lixo espalhada por vários pontos da cidade. Muitos se acomodam e reclamam do poder público, mas com certeza, se cada um cuidasse da parte que lhe compete, a situação seria bem diferente.  E, esse fato, não é recente!

Mês de fevereiro! Carnaval à vista! Triste perceber que as escolas de samba e blocos de enredo que tanto abrilhantam o nosso carnaval com sua harmonia, cultura e alegria contribuam, também, para essa realidade, depositando restos de alegorias e materiais afins a céu aberto, sem qualquer ritmo, manejo ou molejo.

O lixo que ora vemos nas fotos, encontra-se disperso próximo à quadra da Unidos da Saudade, às margens do Rio Santo Antônio, poluindo e degradando o ambiente. Tal situação facilita a proliferação de vetores nocivos à nossa saúde, abarrotando ambulatórios e hospitais, além de macular a imagem local. Diante da vasta rede de comunicação de massa, não é dado a qualquer cidadão o direito de ocultar-se por trás de uma máscara, alegando não ter ciência do mal que tal prática acarreta.

É preciso que as pessoas se conscientizem, e que defendam o direito de obter uma cidade mais limpa, em prol de uma sociedade mais sadia; entretanto, para que isso ocorra, faz-se necessário trabalhar em parceria, depositando o lixo na rua nos dias em que há coleta; separando o lixo orgânico (restos de alimento, varrição) do inorgânico (plásticos, papéis, vidros) e buscando informações para que esses materiais sejam acondicionados, adequadamente.

Que em 2017, entre pandeiros, cuícas e tamborins, a harmonia do samba, com seu encantamento, dite o ritmo e mobilize multidões, formando elos de trabalho contundentes, visando cuidar do meio ambiente. O lixo vira luxo quando bem administrado, executado e trabalhado! Lixo mal tratado, não dá enredo!

Célia Maria Badini Katzwinkel