Há anos, muitos friburguenses que sofrem com o câncer sonham com a possibilidade de conseguir fazer o tratamento da doença mais perto de casa. O desejo começou a se tornar realidade em abril de 2015 quando o governo do estado deu início às obras. No entanto, quase dois anos depois, apenas 11% das intervenções foram concluídas. Além disso, mais do que atrasadas, há pelo menos seis meses as obras estão paralisadas.
Para tentar reverter essa situação, na última semana, o prefeito Renato Bravo divulgou que está propondo ao Ministério da Saúde a federalização da unidade. “Estivemos em uma reunião no Rio de Janeiro com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, e apresentamos a ele a nossa preocupação com o Hospital do Câncer. Nossa proposta é que o governo federal adote esse hospital. Não temos, em toda a Região Serrana e Centro-Norte, nenhuma unidade de saúde federal ou estadual. Este será o momento para que possamos ter aqui um hospital federal”, afirmou Renato em vídeo de prestação de contas divulgado nas redes sociais.
No vídeo, o prefeito ainda afirmou que iria a Brasília ainda esta semana para nova reunião com o ministro da Saúde. Questionado sobre o parecer do ministro, em relação a proposta, neste primeiro encontro, o governo municipal informou apenas que “Renato Bravo está indo hoje [segunda-feira] para Brasília e só retorna na quinta, quando poderemos ter alguma novidade sobre o assunto”.
A equipe de A VOZ DA SERRA esteve no local onde será instalado o Hospital do Câncer, na Ponte da Saudade, na manhã desta segunda-feira, 6. Apesar das luzes acesas na portaria e sacadas do prédio, ninguém foi encontrado. De acordo com um morador das proximidades, que preferiu não se identificar, nenhum operário é visto no local desde setembro de 2016. “O vigia vem uma vez por semana, dá uma olhada em tudo e vai embora”, afirmou ele.
Foram investidos um total de R$ 93,6 milhões — sendo R$ 10 milhões destinados à desapropriação do imóvel onde funcionou, na década de 1990 — o Centro Adventista de Vida Saudável (Cavs), R$ 45,7 milhões para as obras, e R$ 35 milhões para equipamentos. De acordo com o governo do estado, a unidade terá capacidade para o atendimento de 500 mil pessoas por ano.
As obras começaram em abril de 2015 e a previsão de inauguração do novo hospital era o primeiro semestre de 2016, mas o prazo foi adiado para outubro e, depois, estendido para dezembro. No entanto, quase dois anos depois, não há mais prazo de entrega da unidade de oncologia.
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