Escola Lafayette Bravo, no Floresta, é fechada após vistoria

Situação precária da unidade foi constatada pela Defesa Civil na terça-feira; alunos começarão ano letivo em outra unidade
sexta-feira, 27 de janeiro de 2017
por Karine Knust
A comitiva que vistoriou a escola foi liderada pelo prefeito Renato Bravo (Fotos: João Luccas Oliveira)
A comitiva que vistoriou a escola foi liderada pelo prefeito Renato Bravo (Fotos: João Luccas Oliveira)

Os alunos que estão matriculados na Escola Municipal Lafayette Bravo Filho, no Floresta, distrito de Conselheiro Paulino, vão começar o ano letivo, mês que vem, com mudanças. A unidade foi fechada na última terça-feira, 24, após vistoria da prefeitura. Construída há aproximadamente 40 anos, de acordo com o governo municipal, a escola, que atende 245 estudantes, é considerada uma das unidades com a estrutura mais precária da rede e não recebe reformas há, pelo menos, 15 anos.

A comitiva de vistoria, liderada pelo prefeito Renato Bravo, contou com a participação do secretário de Obras, Marcelo Faria, da secretária de Educação, Josanne Marchon, do secretário de Defesa Civil, coronel João Paulo Mori, e da comandante da Guarda Municipal, Ofélia Martins, além de alguns vereadores, professores da unidade, moradores e lideranças locais.

A estrutura física, considerada pequena para atender todos os alunos, conta com cerca de dez salas de aula, banheiros, cozinha, refeitório, pátio, quadra, além de salas para direção, professores e secretaria. Todos os ambientes com problemas.

Com muitas infiltrações no telhado e forro, os espaços internos sofrem com inundações em dias de chuva. De acordo com o diretor da unidade, Rafael Moraes, ainda há problemas elétricos e nas tubulações. “Pegamos uma escola totalmente precária. O teto está caindo e há problemas na rede elétrica também. O esgoto está voltando pela tubulação. Não há condições de iniciar o ano letivo nesse espaço”, afirma Rafael.

Na parte externa, mais problemas. Quadra com traves completamente corroídas pela ferrugem, ferros expostos no chão e nas paredes e cisterna aberta. No muro, sinais de vandalismo com paredes pichadas e cheias de buracos. A equipe que visitou o local ainda encontrou material de construção alocado de maneira inadequada, vegetação alta e lixo espalhado pelo pátio.

De acordo com a arquiteta da Defesa Civil, Luciana Canella, toda a unidade precisará ser revista. “Todos os problemas são sérios, porque um interfere no outro. Tem o esgoto que está dando retorno, o telhado comprometido, trincas nos muros da quadra, ferragens aparentes, o forro caindo, algumas salas sem piso. Resumindo, toda a estrutura precisa ser reformulada”, lamentou a arquiteta. “A solução é parar a escola. Não é uma interdição, mas uma parada provisória, para que os problemas sejam solucionados. Também falta acessibilidade, os cômodos são pequenos e a cozinha está fora das normas”, acrescentou o secretário de Obras, Marcelo Faria.

Depois da vistoria, a prefeitura confirmou que, devido aos graves problemas, todos os alunos serão alocados, até que haja uma solução. Os estudantes não devem perder o início do ano letivo, que começa no próximo dia 6 de fevereiro. Mas a escola para onde serão encaminhados ainda não foi divulgada.

“Estamos viabilizando para que as crianças iniciem o ano letivo em outro prédio, em melhores condições. Estamos fazendo ainda a negociação do novo local. Nosso maior objetivo é que as crianças estudem em um ambiente seguro”, declarou a secretária de Educação, Josanne Marchon de Oliveira. “Não podemos deixar nenhuma escola do jeito que deixaram a Escola Lafayette Bravo Filho. O laudo da Defesa Civil é contundente e vamos procurar uma solução urgente para isso. Faz parte do projeto construir aqui uma nova escola”, concluiu o prefeito Renato Bravo.

Em nota, a prefeitura informou que “está em contato com o governo do Estado para viabilizar a transferência dos alunos para um espaço adequado e seguro”, mas não esclareceu qual o prazo para a divulgação do local.

Ponto de Apoio

Outra questão agravante é que além de uma unidade de ensino, o espaço também abriga sirenes de alerta e funciona como ponto de apoio para moradores do bairro em dias de fortes chuvas. Mas, com a precariedade da escola, a Defesa Civil precisará encontrar outro local para servir como ponto de apoio.

O loteamento Floresta foi fortemente afetado pela catástrofe climática de 2011. Dezenas de pessoas morreram ou ficaram desabrigadas devido ao deslizamentos de encostas na localidade. Como a região é considerada área de risco, encontrar um local seguro para instalar o ponto de apoio pode não ser tarefa das mais fáceis. Em nota, a prefeitura informou ainda que “a questão está sendo analisada e será discutida com a Defesa Civil”.

 

Foto da galeria
Problemas foram verificados também na área externa da escola
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