Inflação pode cair

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Os brasileiros esperam uma inflação média acumulada de 7,9% para os próximos 12 meses, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV). A taxa é bem inferior aos 9,1% registrados na pesquisa de dezembro de 2016 e é a menor desde janeiro de 2015 (7,2%), de acordo com a FGV.A queda de 1,2 ponto percentual entre as pesquisas de dezembro de 2016 e janeiro deste ano foi o maior recuo desde o início da série histórica do levantamento, iniciado em setembro de 2005.Segundo a FGV, o resultado de janeiro foi provocado pela queda da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, que acumulou taxa de 6,29% em 2016, abaixo do teto da meta do governo, que é 6,5%..

Governo economiza

Desde que o governo federal endureceu as regras de acesso ao seguro-desemprego, em 2015, a economia foi de R$ 3,8 bilhões. De janeiro de 2015 a dezembro de 2016, a quantidade real de segurados que solicitaram o benefício foi de 14,6 milhões: 9,1 milhões de homens e 5,5 milhões de mulheres. Antes, para ter acesso ao benefício, o trabalhador só podia solicitá-lo após seis meses corridos de trabalho. Com as mudanças, agora é preciso ter trabalhado por 12 meses para pedir o benefício pela primeira vez, nos últimos 18 meses imediatamente anteriores à data da dispensa. Quando for pedir pela segunda vez, é necessário ter atuado durante nove meses seguidos. Para solicitar a terceira vez, é preciso ter trabalhado por seis meses ininterruptos. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, caso não tivessem sido alteradas as regras, estima-se que um total de 15,7 milhões de pessoas poderiam acessar o benefício (9,7 milhões de homens e 6 milhões de mulheres). As mudanças nas regras de acesso fizeram com que 1.135.444 de trabalhadores deixassem de dar entrada no benefício

Desemprego ampliado

A deterioração do mercado de trabalho no Brasil é muito mais profunda do que indicam as pesquisas. Segundo estudo comparativo do banco CreditSuisse, o Brasil está entre os recordistas globais do chamado desemprego ampliado.O levantamento indica que o Brasil tem a sexta maior taxa de desemprego ampliado entre 31 países desenvolvidos e emergentes. Em síntese, a taxa de desemprego tradicional considera apenas quem procura trabalho e não encontra. A taxa de desemprego ampliada inclui quem faz bico por falta de opção e trabalha menos do que poderia ou desistiu de procurar trabalho – sofre do chamado “desalento”.

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De acordo com dados recentes, do terceiro trimestre de 2016, a taxa de desemprego ampliada do Brasil bateu em 21,2% – quase o dobro do desemprego oficial, que nesse período alcançou 11,8%. Por esse critério, cerca de 23 milhões de brasileiros estariam desempregados ou subutilizados.

Estoques em baixa

O indicador de estoques, logo após o Natal, voltou a cair, mostrando que os empresários não conseguiram reduzir seus excessos de produtos com as vendas de final de ano. Este mês, o Índice de Estoques alcançou 102 pontos, queda de 3,8% na comparação com dezembro. A retração do indicador foi motivada pelo aumento de 5,4% no número de empresários que afirmam estar com estoques acima do adequado e pelo crescimento de 1,2% dos estabelecimentos que contêm produtos abaixo do ideal. Com isso, quase 35% dos empresários estão vendo seus estoques acima e 14% abaixo do que consideram o nível ideal. Esse patamar de adequação continua muito abaixo do histórico de antes de 2015, quando o indicador rondava os 60%.
Os dados são do Índice de Estoques da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo.

Marcha a ré na linha branca

As vendas de fogões, geladeiras, lavadoras da indústria para o comércio deram marcha à ré em 2016 e caíram pelo quarto ano consecutivo em número de unidades. Nas projeções da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), as vendas dos eletrodomésticos da linha branca somaram 12,9 milhões de unidades em 2016, o menor nível desde 2010, quando as estatísticas começaram a ser compiladas. O pico de vendas de geladeiras, fogões e lavadoras ocorreu em 2012, quando foram comercializadas 18,9 milhões de unidades. De lá para cá, as vendas só caíram ano a ano e, em 2016, recuaram cerca de 10% . No entanto, há fabricantes que acreditam que a queda pode ter sido maior, da ordem de 20%. 

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