Segundo informação divulgada pela Secretaria municipal de Comunicação (Secom), Nova Friburgo viveu em 2016 a pior epidemia de dengue de sua história. Ao todo foram quase 6.000 casos confirmados da doença. De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado no ano passado, ao todo foram 8.808 casos notificados de dengue, sendo 5.690 confirmados. Entre os casos de zika vírus, foram 108 notificações, sendo 7 em gestantes e 26 em não gestantes confirmados. A cidade também registrou 16 notificações de chikungunya, sem nenhum caso confirmado.
Quanto às arboviroses, a Secom divulgou na tarde de ontem [terça, 17] que, no ano de 2017 foram 12 casos notificados de dengue, sendo 10 em residentes e 01 caso confirmado. Já de zika, foram dois casos notificados em gestantes, porém não confirmados até o momento. Em relação à chikungunya, não houve casos notificados.
No Rio de Janeiro, a evolução dessas doenças aponta para o alto, com tendência de continuar subindo. De acordo com a Secretaria estadual de Saúde, as notificações de dengue aumentaram 24,6%, indo de 65.923, em 2015, para 82.156 em 2016, com pico entre janeiro e abril. Já os casos de chikungunya dispararam, passando de 71, em 2015, para 15.265 em 2016. O auge aconteceu nos meses de abril e maio.
No Brasil, até dezembro de 2016, foram feitas 1,4 milhão de notificações suspeitas de dengue, contra 1,6 milhão em 2015. Foram confirmadas 609 mortes ano passado, enquanto em 2015, foram 972. No caso da zika, foram 211,7 mil notificações em 2016, com seis mortes (quatro no Rio e duas no Espírito Santo). Como o registro da doença só passou a ser obrigatório em fevereiro de 2016, não há dados sobre 2015.
Embora os números tenham baixado nos últimos meses, a estimativa é que eles voltem a subir agora, no verão. As notificações de zika totalizaram 67.636 casos. Como as notificações só se tornaram obrigatórias ano passado, não foi possível comparar com 2015. O que a população percebe, cada vez com mais preocupação, é o aumento de insetos, uma quantidade de mosquitos, inclusive, até então desconhecidos e diversificados, dentro de casa. Dia e noite.
Alerta - O ministro da Saúde, Ricardo Barros, vem alertando que este é o período do ano em que se observa maior risco de proliferação do Aedes. Com a virada do ano e a chegada do verão, período chuvoso e quente, a população deve redobrar os cuidados com a limpeza de caixas d’água, piscinas, calhas de telhados, pratos de vasos de plantas. Nunca é demais reiterar: nos quintais, deve-se evitar amontoados de sacos plásticos, garrafas, pneus ou qualquer outro objeto que possa acumular água da chuva. E para os que vão viajar e deixar os imóveis fechados, atenção: qualquer recipiente com água, mesmo que em pequena quantidade, pode virar um criadouro do mosquito transmissor num curto período de tempo.
Ações - O Ministério da Saúde tem intensificado o combate à reprodução do mosquito Aedes aegypti em parceria com estados e municípios. Prova disso, é a garantia de um orçamento crescente aos estados, municípios e Distrito Federal para ações de vigilância, que incluem o combate ao vetor das doenças dengue, zika, chikungunya. Além das ações de combate, estão sendo investidos R$ 10 milhões para vacinas pelo Instituto Evandro Chagas - em parceria com a Universidade do Texas, EUA - outros R$ 11,6 milhões para o desenvolvimento da vacina da zika pela Fiocruz e R$ 100 milhões para pesquisa clínica da vacina da dengue pelo Instituto Butantan. Os recursos cresceram 51% nos últimos anos, passando de R$ 924,1 milhões para R$ 1,4 bilhão entre 2010 e 2016. Para 2017, a previsão é de R$ 1,9 bilhão.
Apesar de desde 1942 não haver registro de transmissão em cidades do Espírito Santo, o alerta de febre amarela no estado levou o Ministério da Saúde a providenciar o envio de 350 mil doses da vacina contra a doença, na última segunda-feira, 16, com o objetivo de imunizar moradores de áreas próximas da divisa com Minas Gerais. O alerta se deve à morte de 80 macacos, em municípios próximos à divisa com Minas - que podem ter sido infectados pelo vírus da febre amarela.
Diferenças e semelhanças entre dengue, zika e chikungunya
Dengue, zika e chikungunya são vírus transmitidos pela picada do Aedes aegypti infectado. Os três podem trazer graves consequências quando entram em contato com seres humanos, sendo que muitos destes efeitos foram descobertos recentemente, como a relação entre a infecção pela zika em gestantes e o nascimento de bebês com microcefalia - que é uma condição neurológica que altera o tamanho da cabeça da criança, tornando-a significativamente menor do que a média para a sua idade e sexo.
Em 2015 foram registrados 2.975 casos suspeitos de microcefalia, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde naquele ano, sendo que uma das principais suspeitas, na época, era que o surto estivesse relacionado à infecção pelo zika vírus durante a gravidez.
Foi apenas no ano passado que um estudo conduzido pelo Centro de Controle de Doenças americano (CDC), principal instituição de saúde dos Estados Unidos, confirmou que a infecção por zika vírus é mesmo a causa da microcefalia e outras más-formações cerebrais graves em bebês. Embora não traga novos dados para o caso, o estudo publicado no periódico especializado New England Journal of Medicine é o primeiro a concluir e afirmar categoricamente a relação de causa entre zika e a microcefalia.
Maior número desde 1990
Entre os anos de 2010 e 2014 foram registrados um total de 781 casos em todo país. Em 2016 este número continuou a subir, com o risco de se espalhar, inclusive, para outros países. Em relação à contaminação pela dengue, os números também são alarmantes. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil apresentou índice recorde de 1,6 milhão de pessoas infectadas pela doença em 2015. É o maior número já registrado desde os anos 1990.
As altas estatísticas de contaminação pelo Aedes aegypti se dão, entre muitos fatores, por ele ser um mosquito doméstico, que se aloja dentro ou próximo a domicílios, principalmente em áreas urbanas e locais com alta densidade populacional. Diante da periculosidade que o mosquito apresenta, diversas cidades brasileiras decretaram estado de alerta.
Até certo ponto, os vírus têm a capacidade de se modificar e atingir de várias formas, as mais diversas populações. Justamente por esta razão não é possível dizer ainda se os vírus da dengue, zika e chikungunya podem estar relacionados a outras complicações além destas. Diversas pesquisas estão sendo realizadas no Brasil e no mundo sobre este assunto. Sendo ainda pouco conhecido, embora as pesquisas tenham avançado, o tema demanda mais tempo para a confirmação e registro na literatura médica e científica dos seus efeitos.
Diferença entre os sintomas da dengue e da febre amarela
Os sintomas iniciais são muito parecidos. A dengue provoca febre elevada e dor intensa no corpo, porque o vírus age sobre a musculatura, especialmente sobre a musculatura responsável pelo movimento dos olhos. Por isso, a dor atrás dos olhos é muito forte. Esses sintomas, porém, são inespecíficos. O sinal de alerta para o diagnóstico é dado pela inexistência de um foco infeccioso que justifique a febre e pelo fato de o paciente vir de uma área onde existe a doença.
Apesar dos sintomas da febre amarela serem praticamente os mesmos, numa minoria de casos, o paciente caminha para uma piora importante. O vírus acomete o fígado que inflama e o indivíduo adquire coloração amarelada, principalmente no branco dos olhos. É a icterícia, daí o nome da doença.
Ministério da Saúde atualiza casos suspeitos de febre amarela em Minas
O Ministério da Saúde informou que continua apoiando o estado de Minas Gerais e municípios na investigação de casos suspeitos de febre amarela silvestre (FA). Duas equipes da pasta estão atuando presencialmente nas localidades com relato de casos e estabelecendo medidas de controle. No último dia 12, a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais atualizou os dados da doença. Até o momento, existem 20 casos prováveis de febre amarela silvestre, sendo dez óbitos prováveis. No total, são 110 casos suspeitos notificados e 30 mortes suspeitas da doença em 21 municípios.
De acordo com a Subsecretaria de Vigilância em Saúde de Nova Friburgo, no que se refere ao monitoramento de febre amarela, o município não faz parte da área endêmica da doença. Sendo assim, não possui registro de casos. Vale lembrar que o município dispõe de vacina contra a doença apenas para pessoas que viajam para a área endêmica, no Centro de Saúde Sílvio Henrique Braune, sempre às quartas-feiras, no período da tarde, e precisa ser aplicada pelo menos 10 dias antes da viagem.
(Fontes: Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde/RJ, Guia de Combate ao Aedes, Secom/Subsecretaria de Vigilância em Saúde de Nova Friburgo).
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