NUMA atitude inédita na história brasileira, o presidente Lula anunciou, anteontem, um plano habitacional no mínimo ambicioso, de 1 milhão de moradias para as classes menos favorecidas da população. O sonho da casa própria, enfim, ganha a atenção dos governantes, principalmente municipais, que levarão as obras adiante.
O ANO pré-eleitoral estimula a reparação por décadas de desleixo com os planos de habitação, que deixou uma considerável parcela da população à margem do desenvolvimento social. A medida vale também para Nova Friburgo, que há anos não assiste a uma construção de moradias populares.
O MAIOR desafio será, não o financiamento das casas, e, sim, toda a infraestrutura necessária para cobrir este déficit. Terrenos, água, luz, transporte e saneamento são alguns itens que exigirão esforço extra dos governos municipais. O recurso para isto poderá ser, em muitos casos, superior ao anunciado para os financiamentos, e aí está um dos principais problemas a serem enfrentados pelas prefeituras.
PARA uma cidade com poucas opções de moradia, o anúncio é uma boa notícia que deverá vir acompanhada de propostas concretas para suprir esta carência. Trata-se de um objetivo novo no governo e aguarda-se um pronunciamento favorável a esta medida de caráter popular de longo alcance. Onde construiremos, como e para quem elas se destinarão será o desafio do ano.
ALÉM DO interesse eleitoral da medida, considerada oportunista e com nítido intento de fazer um sucessor para o presidente Lula, no caso a ministra Dilma Roussef, está a diminuição dos desequilíbrios que caracterizam a perversa distribuição de renda no Brasil. Casa própria é um direito de qualquer cidadão e cabe ao governo responder a esta ansiedade.
O ANÚNCIO de Lula abre as perspectivas de melhoria para a qualidade de vida do friburguense e caberá, agora, ao prefeito Heródoto, sintonizar-se com a nova decisão, oferecendo à população a possibilidade de transformar o sonho em realidade. Como tantas medidas necessárias, a casa própria ganha destaque e relevância e não poderá ficar longe do alcance, também, de Nova Friburgo. Mãos à obra, portanto.
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