Quase uma semana após ter a água cortada por falta de pagamento, o campus local da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), na Vila Amélia, teve o abastecimento restabelecido nesta terça-feira, 22. De acordo com o diretor da unidade, Ricardo Barros, a ação foi possível graças a um acordo com a concessionária: “Conseguimos juntar recursos para quitar três faturas em atraso. A partir disso, a concessionária considerou nossos esforços em resolver a situação e fechou um acordo para voltar a fornecer o serviço de abastecimento de água para a unidade”, explicou o diretor. Na última segunda-feira, 21, o prefeito Rogério Cabral recebeu um comitê de professores em seu gabinete para tratar sobre a situação da falta de água do campus da Uerj Nova Friburgo.
Na ocasião, o governo municipal também demonstrou interesse pelo caso na tentativa de ajudar a instituição disponibilizando fornecimento de caminhão-pipa. A água do campus fora cortada no último dia 11. No entanto, devido aos Jogos Universitários Friburguenses, realizados no feriado prolongado e que fizeram com que a universidade ficasse responsável por abrigar estudantes da região, foi solicitado que o corte fosse adiado. Assim, que o evento acabou, na quarta-feira passada, 16, o fornecimento voltou a ser interrompido. Na ocasião, para não ficar sem aula na unidade devido à falta de água, os professores e estudantes passaram os últimos dias utilizando a água de um reservatório do campus.
Na última semana, a Águas de Nova Friburgo, concessionária responsável pelo abastecimento, informou que a suspensão foi resultado de “um longo período sem pagamento e nenhuma evolução em várias negociações propostas”. De acordo a Uerj, o estado já somava sete faturas não pagas, um montante de R$ 29.126,72 em dívidas.
Apesar de ter pago as três primeiras faturas em débito (R$ 3.987,80; R$ 4.843,12 e R$ 3.753,00), a universidade agora aguarda que o governo estadual, responsável pela dívida, quite o restante. Segundo nota enviada a redação de A VOZ DA SERRA na última semana, a Uerj ainda afirmou que o último repasse de recursos financeiros feito pela Secretaria estadual de Fazenda para a manutenção da Uerj foi realizado há cinco meses no valor de R$ 13 milhões.
“A universidade ainda aguarda um novo repasse de R$ 10 milhões mensais até o final de 2016, visando custear o funcionamento da instituição”, informa nota advertindo que “sem o repasse dos recursos, como acordado, a manutenção — como fica claro por este episódio — ficará inviável em curtíssimo prazo”, reforçou na ocasião.
Calendário acadêmico
Em março, docentes e técnicos administrativos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) resolveram cruzar os braços em protesto a crise na educação. O movimento, convocado pela Associação de Docentes da Uerj (Asduerj) e pelo Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais do Rio (Sintuperj), contou com uma série de reivindicações, dentre elas o reajuste salarial e melhorias nas condições de trabalho.
Em Nova Friburgo, mais de 600 estudantes não tiveram aulas durante cinco meses. A paralisação de mais de 150 dias atrasou o início das aulas dos estudantes que entraram na universidade neste ano e a vida daqueles que se formariam no primeiro semestre de 2016. Na passagem da tocha olímpica por Nova Friburgo, inclusive, cinco estudantes do Instituto Politécnico (IPRJ) chegaram a fazer uma manifestação na Praça do Suspiro para cobrar uma solução para a greve.
Devido à paralisação, as aulas do primeiro semestre de 2016 terminarão em 22 de dezembro. Em seguida, haverá o recesso de fim de ano e também férias de 15 dias em janeiro. As aulas referentes ao segundo semestre de 2016 estão previstas para começar no dia 17 de janeiro de 2017 e devem terminar em 30 de maio.
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