Depois de um excelente primeiro tempo, quando, inclusive, saiu na frente do marcador, deu cansaço à defesa do tricolor das Laranjeiras e chegou a ameaçar a meta de Ricardo Berna, o Friburguense se descontrolou, deixou o nervosismo entrar em campo e acabou derrotado para o Fluminense por 3 x 1. De ressaltar a quantidade de cartões amarelos para o Fri, cinco, além de dois vermelhos para Alex e Walace.
O primeiro a ser expulso foi Walace, aos 43 minutos. Num lance infantil, ele reclamou com veemência do árbitro, já tinha o cartão amarelo e acabou levando o vermelho; depois Alex também perdeu o controle e aí tudo ficou mais fácil e o Fluminense retornou para o segundo tempo com um homem a mais.
Descontrolado, o Frisão passou a tocar a bola, mas o segundo gol tricolor era questão de tempo e aconteceu aos oito minutos, numa belíssima jogada de Conca, que driblou três jogadores do Fri. Marcos não acreditou e ele chutou no canto esquerdo. Sentindo a vantagem do Flu, o tricolor serrano ficou ainda mais nervoso e, aos 25 minutos, outra expulsão desnecessária: Alex derrubou João Paulo na área, fez pênalti e foi expulso. Tiago Neves cobrou o pênalti e Marcos defendeu. O auxiliar marcou invasão do goleiro Marcos, o árbitro mandou voltar e Tiago Neves fechou o placar.
Pior que a derrota foi o nítido abalo do sistema nervoso dos jogadores, ver a torcida do tricolor das Laranjeiras gritar olé dentro do Eduardo Guinle e a infantilidade de jogadores profissionais, que já deveriam saber que nesses lances capitais, contra um time grande, a arbitragem tende a favor do time grande.
Mas, deve ficar a lição. Neste sábado, o Frizão vai ao Estádio Godofredo Cruz, em Campos, jogar com o Americano. A partida começa às 18h30 e o Fri precisa pelo menos empatar para continuar aspirando à classificação às semifinais da Taça Rio, muito embora o objetivo seja a vitória. O Fri não terá Victor Hugo, que levou o terceiro cartão amarelo.
O árbitro
Muito parcial, fez prevalecer a Lei do Gérson de dar vantagens somente a uma equipe, que foi o Fluminense. No lance do pênalti não faria o mesmo se fosse o contrário. Abusou dos cartões amarelos e foi injusto em alguns lances. Nota 5.
Mais tumulto com imprensa
Todos os profissionais da imprensa do estado do Rio ansiavam por mudanças, moralização e tudo mais no que se refere ao credenciamento de imprensa. O presidente da Acerj, Eraldo Leite, está de parabéns pelo trabalho que vem fazendo, mas a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) envia delegados sem conhecimento e que usam dois pesos e duas medidas. A lei tem que ser igual para todos. Ao chegar ao estádio, alguns jornalistas apanharam a pulseira para trabalhar, na portaria da Rua Jardel Hottz, e tiveram que passar por fora do estádio para entrar no setor social, onde ficam os vestiários. São exigidos coletes para os profissionais que trabalham no campo, no entanto, vários jornalistas do Rio de Janeiro estavam no gramado sem o colete e esta já não é a primeira vez que isso acontece. Houve isso também no jogo contra o Botafogo, no primeiro turno, e contra o Tigres, agora na Taça Rio.
Desabafo da diretoria
Faltando dez minutos para começar a partida, mais de duas mil pessoas se aglomeravam nas portarias do estádio querendo entrar, mas o Corpo de Bombeiros só permitiu a liberação de 7.500 ingressos e a federação aceitou, num estádio que tem capacidade para dez mil. Houve muita reclamação e tumulto nas portarias. Os torcedores começaram a atacar o presidente Raul Marcos, que junto com o gerente de futebol, José Eduardo Siqueira, e o vice-presidente de futebol, Carlos Alberto Nideck, tiveram que sair do estádio para tentar resolver o problema, conversar com o policiamento, que não era de Nova Friburgo para arrumar uma solução, que não foi conseguida.
“Já fizemos jogos aqui com 12 mil pessoas, nunca tivemos problemas, agora chegam aqui e dizem quem manda sou eu e fica por isso mesmo, prejudicando todos nós, principalmente os torcedores que pagam ingressos. Isso tem que acabar, porque todo mundo quer mandar, mas pouca gente conhece do assunto”, desabafou Siqueirinha, apoiado pelo presidente Raul Marcos: “Está cada vez mais difícil, é muita burocracia para um campeonato simples e que está cada vez mais esvaziado por causa de alguns desmandos de gente que não conhece da matéria”, disse o presidente.
Abuso de poder
Mas não foram só os torcedores e a imprensa que tiveram problemas. A torcida Garra Friburguense, dirigida pelo radialista Vagner Faria, que também integra o Conselho Deliberativo do clube, teve seu material apreendido durante todo o jogo, não pôde participar como queria e teve quebrados vários instrumentos da torcida. O mais irritado era Vagner, que tem muitos anos de prática esportiva. “Arrebentaram todos os nossos instrumentos, apreenderam tudo durante o jogo, policiais que ninguém conhece e que não conhecem ninguém, que usam a farda para abusar do poder. Isso é um absurdo”, desabafou Vagner.
OS NÚMEROS
FRIBURGUENSE X FLUMINENSE
04 chutes a gol 04
04 escanteios 06
09 faltas 08
03 impedimentos 05
21 passes errados 17
03 tiro de meta 07
tempo de jogo: 90 min bola rolando: 86 min
NOTAS DO JOGO
FRIBURGUENSE X FLUMINENSE
05 defesa 08
06 meio campo 07
06 ataque 09
07 disciplina 07
06 técnico 08
NOTA MÍNIMA: 05 NOTA MÁXIMA: 10
FRIBURGUENSE 1 X 3 FLUMINENSE
Marcos Ricardo Berna
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Sérgio Gomes Mariano
Cadão Cássio
Walace Luiz Alberto
Gilson João Paulo
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Roberto Júnior Jailton(Fabinho 29/2°)
Bidu Everton (Maicon 22/2°)
Alex Wellington (Marquinhos 2°)
Victor Hugo (Crispin 26/2°) Thiago Neves
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Hércules (Elan 10/2°) Roger
Ziquinha (Cássio 28/2°) Conca
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Técnico: Cleimar Rocha Técnico: C. A. Parreira
Data: 24/03/2009 – 19h30
Estádio Eduardo Guinle
Renda R$: 79.900;
Público presente: 6.720 Pagantes: 5.970
Arbitragem: Marcelo de Lima Henrique, Francisco Pereira de Souza, João Luiz Coelho Albuquerque, Mauro Fernando Costa Souza e José Carlos Santiago.
Cartões amarelos: Wallace, Bidu, Alex, Victor Hugo, Ziquinha (Friburguense); Cássio, Maicon.
Cartões vermelhos: Walace e Alex (Friburguense).
Gols: Ziquinha (Friburguense, 9min); Roger (Fluminense, 25min); Conca (Fluminense, 8min, 2° tempo); Tiago Neves (Fluminense, de pênalti, 25min., 2° tempo).
Fotos Ricardo Ayres/photocamera
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