Notas do repórter - 18 de março

quarta-feira, 18 de março de 2009
por Jornal A Voz da Serra

‘Animais’ universitários

Uma violência animalesca invadiu recintos de ensino superior e transformou centros universitários em palco de desenfreada barbárie e o trote, tradição estudantil, conduzido por pessoas com desvios de conduta e personalidade psicopática, uma tortura com os contornos de maldade, aberração e sadismo. Brincadeira bem-humorada nos anos cinquenta, quando os calouros eram recebidos com grande algazarra e espírito hilário, tinham o cabelo raspado a máquina zero e eram pintados com cores berrantes. Alguns eram travestidos e com este espírito quase momesco desfilavam pelas avenidas, angariando donativos entre os populares, que se divertiam muito com a pândega. As melenas das moças eram respeitadas e não ocorriam atos vexatórios, prejudiciais à saúde ou atentatórios ao pudor. Violência, então, nem pensar. Na verdade, nas semanas subsequentes, as cabeças raspadas eram símbolos de uma importante conquista, o ingresso no curso superior, e eram exibidas quase como um troféu pelos estudantes.

Os tempos mudaram. A violência gratuita invadiu todos os setores da vida nas megalópoles e entre os jovens ela veio apoiada por drogas que alucinam e levam a atos criminosos, com naturalidade de empedernidos bandidos. Em São Paulo veteranos, estudantes de Medicina (...logo do quê) obrigaram calouros a consumir tanta cachaça, que o jovem foi hospitalizado em coma alcoólico. Felizmente já foram identificados e responderão por seus atos. Na Fundação Municipal de Educação e Cultura (Funec), uma veterana acionada por instinto de baixa expressão, Layane Cristina da Silva, do curso de Pedagogia, jogou substância corrosiva em calouras, obrigando-as a internação hospitalar com graves queimaduras. A delinquente, após a divulgação do seu ato insano, fugiu e está sendo procurada pelas autoridades. O momento já não é mais de análise e reflexão sobre o comportamento antissocial de jovens da denominada classe média. Urge uma tomada de posição para excluí-los do meio estudantil via expulsão sumária dos centros de ensino e carência de cinco anos para a volta ao curso, após apreciação e laudo psiquiátrico. Se passar a mão na cabeça dizendo “não faça mais”, o problema vai aumentar e se repetirão os óbitos já verificados no hoje temido trote.

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