O Grupo de Arte, Movimento e Ação (Gama) está promovendo uma exposição em homenagem ao pintor friburguense de renome internacional Alberto da Veiga Guignard, ainda pouco reconhecido no município. Em cartaz desde o início do mês no Centro de Arte, a mostra reúne fotos, reproduções de quadros e trabalhos da artista plástica e pesquisadora Marieta Moschen, uma profunda estudiosa da vida e da obra do pintor. Mais de 500 visitantes já conferiram a exposição, que revela alguns detalhes e curiosidades da vida de Guignard.
Um dos destaques da mostra são as fotos do artista ao lado de suas alunas na Escola Parque nos anos de 1944 e 1946 e da residência em Mury, conhecida como Solaris, onde o pintor passou uma temporada entre o fim de 1939 e o início de 1940. Os visitantes também poderão saber mais sobre a biografia de Guignard e conferir alguns trechos de críticas destacando o seu trabalho. Completam a mostra os trabalhos de Marieta Moschen produzidos com base na representação gráfica do fractal. As obras retratam as várias fases do artista e são divididas nas séries Vasos de flores, Copos-de-leite, Serranias de Minas Gerais e Flores.
Vale a pena conferir a mostra, que também traz a série de fotos sobre a construção e inauguração do Monumento a Guignard, em dezembro de 2007, no Parque Santa Eliza, como parte do circuito cultural do Gama. A visitação é gratuita e pode ser feita de terça a sexta-feira, das 11h às 21h; e aos sábados, domingos e feriados, das 14h às 21h. O Centro de Arte fica na Praça Getúlio Vargas 71, Centro. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 2533-1359.
Um pouco sobre a vida do pintor
Nascido em 25 de fevereiro de 1896, em uma casa na Rua Três de Janeiro, atual Ernesto Brasílio, o artista é um dos maiores nomes da arte moderna brasileira e teve uma carreira repleta de prêmios e exposições no Brasil e no exterior. Filho de Alberto José Guignard e Leonor Augusta Guignard, aos 5 anos de idade transferiu-se com os pais para a cidade de Petrópolis, partindo extremamente jovem para a Europa. Iniciou sua formação acadêmica em 1915 e estudou na Suíça, França, Alemanha e Itália. Já formado passou uma longa temporada em Paris e retornou ao Brasil em 1928 para uma nova fase temática em sua carreira. Neste período, que dura até 1942, produz obras que retratam o sol e a luminosidade brasileira, com destaque para o premiado quadro Bambus.
Em 1944, aceitou o convite de Juscelino Kubitschek, então prefeito de Belo Horizonte (MG), para dirigir o Instituto de Belas Artes, atual Escola Guignard, que integra a Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG). Afável, alegre, educado, romântico e bem-humorado, era considerado um gentleman, daí o grande número de amigos que tinha. Um deles era o poeta Carlos Drummond de Andrade.
Diabético e com insuficiência cardíaca morreu pobre, dormindo, amparado por amigos na Casa de Saúde São Lucas, em Belo Horizonte, no dia 26 de junho de 1962. Foi sepultado em Ouro Preto (MG), no cemitério da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis.
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