Bancários em campanha salarial

Rodada de negociação que será realizada na próxima semana pode definir início de greve
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
por Karine Knust
Cartazes com listagem de reivindicações e números de lucros e demissões dos bancos foram afixados nas agências da cidade (Foto: Henrique Pinheiro)
Cartazes com listagem de reivindicações e números de lucros e demissões dos bancos foram afixados nas agências da cidade (Foto: Henrique Pinheiro)

A campanha nacional de reivindicações dos bancários já começou. Em Nova Friburgo, quem passa pelas agências do centro da cidade, por exemplo, já deve ter reparado cartazes colados nas vidraças com a listagem de demandas da categoria e o detalhamento dos gigantescos lucros e a onda de demissões de cada banco. Nesta última quarta-feira, 24, teve rodada de negociações com a Federação Nacional dos Bancos, em São Paulo, sobre as cláusulas não econômicas apontadas pelos sindicatos.

Na próxima segunda-feira, 29, uma nova reunião deve acontecer e nela serão discutidas as solicitações financeiras da categoria. “Não conseguimos nenhum avanço com as duas primeiras rodadas que aconteceram nos dias 18 e 19. Nenhuma proposta foi apresentada pelos banqueiros. Mas a greve ainda não está confirmada. Será o resultado da rodada de negociação da próxima segunda-feira que irá definir se haverá paralisação ou não”, afirmou o presidente do Sindicato dos Bancários de Nova Friburgo e Região, Max Bezerra.

Dentre as principais reivindicações da categoria estão o reajuste salarial de 5% de aumento real mais a reposição da inflação e maior participação nos lucros. Sobre as condições de trabalho estão o fim do assédio moral, fim das demissões e mais contratações, fim das terceirizações e medidas de prevenção contra assaltos e sequestros. Para fortalecer a campanha também na internet, os sindicatos aderiram a hashtag “só a luta garante”.

De acordo com dados divulgados pelo Sindicato dos Bancários, somente no primeiro semestre deste ano, os bancos Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa e Santander lucraram, ao todo, uma quantia superior aos R$ 29,5 bilhões. Em contrapartida, no mesmo período, 12.675 trabalhadores foram demitidos em todo o país. No topo da lista de maior lucro está o Itaú, com R$ 11,9 bilhões. Já no ranking de demissões, o Bradesco está em primeiro lugar, com 4.478 desligamentos.

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TAGS: bancários | Greve
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